sexta-feira, 9 de outubro de 2009
e é o esqueleto que se sente demasiado apertado. o ar que falta. falta porque não sai. não renova. apodrece dentro. talvez no fundo de tudo a verdade seja apenas uma: não sabes fazer. e este fazer tantas e tantas vezes se confunde com o verbo da vida que já vais perdendo o rumo no simples caminhar. e o ar que se recusa a sair. se morres o ar sai através de ti. o ar foge-te. tens neste momento o ar prisioneiro na tua caixa forte. guardas aí muitas coisas. esse ar pestilento da tua vida vai enchendo as memórias de ferrugem. é uma espécie de guerra. é um amontoado de pó. pó de ossos. membros fragmentários. cabeça voadora e sem pensamento. lavagem. cidade cinza. solitários. lá vão eles em desfiles. claro que nem tudo é dor. também há sempre a ilusão desilusão da vida. aquela que te embala sonhos intermináveis só para te acordar. sempre para te acordar. chuva na janela. no tecto. escorre pelas paredes de dentro. inunda-te a casa. casa. casa. a casa que não tens.
colocado aqui por
Pedro Fiuza
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