sábado, 31 de maio de 2008




a obrigação de escrever

isto de um gajo acreditar que vai à praia é tramado, sempre que se acredita que se há-de ir à praia parece que o tempo muda de propósito só para lixar um gajo!!! é o chamado tempo sacana velhaco!!! já estava todo contente que amanhã ia molhar o rabinho no mar, com o calçonete já a espreitar-me fora do armário e a piscar-me o olho... hoje, um cinzento que não acredito que desapareça para amanhã... é esperar para ver. segunda-feira lá arranco mais a sério com o kebab e este mês vai ser infernal, amanhã um dia de praia vinha mesmo a calhar, amanhã também começa a preparação louca do Dostoiévski, que melhor preparação do que uma boa tarde de leitura esparramado na areia da praia? para ganhar boas energias e para ganhar a nova perspectiva do texto!!! um espectáculo sobre o exílio, sobre o estar longe, sobre a casa. a vida é sobre a casa. tudo é sobre a casa. há uma mudança radical no sentido. nem por isso melhor, é só uma mudança. comecei a pensar já no texto para o público. o público... já ando com o cagaço do público. isto do tempo longe do teatro aumenta sempre as ânsias. e, sinceramente, ando mesmo fora dele. a tal pausa, se é que é possível. anda-se sempre com o teatro na cabeça, fala-se sozinho de teatro, até se discorre teoricamente sobre teatro quando se anda sozinho, até chega a ser uma companhia... hehehe uma coisa é certa, de teatro em Portugal... longe e largo, que não há paciência, porque a verdade é que há um facto que todos sabem mas que ninguém diz, o teatro em Portugal está uma seca, está vazio, sem direcção, é mole. e como também eu já andava assim... pausa, tenho de me voltar a apaixonar pelo meu trabalho em vez de aceitar o frete, em vez de estar no teatro como num emprego. tenho saudades, claro, saudades do problema, mas também não vou andar a cantar de galo e pensar em esquemas para o fazer, não me apetece. apetecia-me estar num monte a escrever que nem um louco. estes textos chatos que aqui vou enfiando são só usados para me obrigar a manter o ritmo, para o exercício, uns serão mais giros do que outros, saem todos do mesmo lugar. enfim... apetece-me escrever histórias, nunca tinha escrito histórias. sempre aquelas coisas chatas e maçudas cheias de peso e melancolia... estou farto disso, pseudo poemas não volto a escrever, se algum dia me voltar a sair um livro há-de ser um outro registo, nada de grandes verdades, estou farto de dizer mal do mundo, agora estou na fase em que tenho é de dizer mal de mim, o mundo que gire como tem de girar, as políticas que se divirtam com os seus jogos, as teatradas da província que continuem com os seus espectáculos do estilo Margarida Rebelo Pinto que é para poderem continuar com a bandeira dos números e lhes aumentarem os subsídios, estou-me nas tintas, nunca me impediram de nada, de qualquer maneira já todos sabemos que estamos entregues à mediocridade, e que a linha de qualidade do país é a linha do zero... está-se bem. está-se mal é não poder ir à praia. isso é que é naquela. apetece-me praia, escrever, trabalhar, dançar. por aqui me fico neste texto sem brilho.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

quinta-feira, 29 de maio de 2008

o desabafo do eu o outro em relação ao que o eu era

desde que ocupei este corpo que me tenho deparado com as palermices do gajo conhecido como pedro fiuza. cheguei à conclusão óbvia que esse mânfio era mesmo insuportável. o problema agora que tenho é gerir as escolhas e as decisões irreflectidas desse pacóvio pedro fiuza. uma coisa é certa, o gajo foi-se. e foi-se para não voltar. é fazer de conta que se meteu mar adentro até não se ver nem uma ponta de cabelo. esse gajo só tinha era mania!!! de quê? ninguém sabe, ninguém imagina com o que é que tal farrapo pudesse ter mania, enfim, coisas abstractas deste mundo. e andei a ver os textos dele neste e no outro blog... meu deus... que paspalhão!!! que toine!!! que farrapo ciclista!!! que tonto!!! e por vezes com uma arrogância insuportável, como se soubesse o que estava a dizer... meu deus... que crianço. mas com todas as decisões erradas desse patêgo... só gostei de uma coisa que esse gajo me proporcionou: o kebab. olha que realmente, e mesmo assim, mesmo assim... agora aqui a sério, esse gajo era um saloio da pior espécie que para aí andava. nas memórias que me deixou é que vejo isso. que burro que ele era. armado em actor, com o seu cigarro, com o seu cantar de galo, com o seu vazio, com a sua insensatez, com os seus actos irreflectidos, com a sua pseudo-depressão... que chato!

quarta-feira, 28 de maio de 2008


cuidado com o cão

em Barcelona quase todas as pessoas têm um cão. de manhã levantas-te e vais para a rua e lá andam eles a passear os seus cães, todos com um saco na mão, ou um jornal, para apanharem as poias que os seus perritos fazem onde lhes dá na gana, porque os cães fazem onde lhes dá na gana por muitos rituais que tenham e por muitos sítios que cheirem. como o princípio de construção de casas aqui é muito diferente do nosso, grande parte das casas destes mânfios são casas pequenas, logo, para terem bicheza de companhia que seja proporcional ao tamanho da casa, tem tudo cães quase insignificantes, autênticos porta-chaves, miniaturas saídas em ovos kinder surpresa, covetas de carne picada ou de cochinhas de frango. são pequenos mas com as mais variadas formas e feitios, penteados com o estilo da moda cá deles e tudo!!! tudo isto é muito giro, mas se vais na rua tens de ir sempre a olhar para o chão, não porque possas pisar poia, mas porque podes pisar um desses enteados sobrinhos que fazem companhia a tanta gente por aí fora. outro dia, ia eu numa rua cheia de gente e quase que atropelo uma dessas empadinhas caninas, ou canininhas, com a sapatilha!!! imaginem-me isto!!! e mais, há uns que têm uma espécie de cão que é o cão de saco!!! de verdade!!! cães que nunca devem ter pisado uma calçada, que andam sempre na mochila do dono ou da dona, com um focinho meio papalvo, como quem pergunta o que é o jantar, ou quem está cheio de vontade de ir para casa ver televisão! mas também há outros. há uns que levam o porta-moedas. há uns que esperam sossegadinhos nas portas das lojas enquanto o chefe humano faz as compras. há uns que são uns vaidosos de primeira apanha, que parece que andam na rua a exibirem as suas instalações e as suas peladas em sítios estratégicos para fazerem uma imagem que eu ainda não percebi. um veterinário aqui só pode ficar milionário. um psicólogo de cães que conheço da televisão comprou um carro por encomenda. um cabeleireiro, ou um peleireiro, porque eles têm pelo e não cabelo, comprou uma vivenda em Montserrat com um bocado de rio de água gelada e não sei quantas crianças para darem traques na banheira pó jacuzzi!!! o Cães'r'us é uma marca com um prestígio internacional. o Tele-Cão idem. os filmes pornográficos para cães com cio é um negócio com uma margem de progressão formidável. o serviço de acompanhantes para cães de luxo é o que se vê. diz-se para aí que o consumo de substâncias ilícitas entre os cães subiu em flecha. da criminalidade nem se fala, só de um caso ou outro quando atacam alguém descaradamente. sabe-se já que têm uma língua mas os maiores linguistas ainda não a conseguem entender. têm reuniões secretas. máfias. diz-se que têm armas nucleares. e soube de uma coisa que me disse um gato que conheceu a minha gata no Porto e que agora vive aqui: têm um projecto de um golpe!!! pretendem ocupar esta região pela força da dentada e criar esse grande estado da Cãotalunha!!!

terça-feira, 27 de maio de 2008

esse tal indivíduo que antes era eu, aqui desenhado como as pessoas o viam por um senhor famoso...

primeiro texto como pedro fiuza o outro

o indivíduo conhecido como pedro fiuza foi ocupado por mim. a ocupação não foi realizada com o uso da força. no momento da sua deposição, o indivíduo conhecido como pedro fiuza prestou a seguinte declaração, para ser tornada conhecida por quem se interessasse por si, ou por quem caísse na esparrela de vir parar ao seu blog.

"estou a ser ocupado com toda a naturalidade. nestas fases de transição está-se demasiado vulnerável. as coisas fogem das mãos. esquece-se quem se é ou o que se procura. um dia nasci. da construção pouco há a dizer. foi como foi. enfiaram-me na escola, onde aprendi a escrever barbaridades, absurdos, maus poemas. copiei textos com outras imagens. cheguei mesmo a escrever um livro com a inocência de quem não sabe o peso de um livro. fiz teatros impossíveis. espectáculos de miséria. uns melhores e outros piores. amei com loucura. propaguei a chama da minha própria estupidez. servi às mesas. ajudei a construir casas. ofereci flores, poemas, músicas secretas, cantei no chuveiro. subi poucas montanhas mas as que subi serviram para me mostrar o sabor do ar do alto. bebi água em ribeiras. experimentei drogas. bebi. andei à pancada. disse o que não devia. falhei a promessas. viajei pouco e nunca tive grande dinheiro para essas aventuras. dancei como um louco em certas circunstâncias. plantei árvores. colhi fruta e tabaco. trabalhei em bares. fiz rir pessoas. fiz chorar pessoas. dei cabeçadas. mergulhei em rios. acreditei em sonhos. desiludi-me com um país inteiro. mudei para outro. gostei da luz. procurei trabalho. festejei coisas. deixei pessoas. tive medo tantas e tantas vezes. fui cobarde. tive coragem. amei livros. odiei livros. disse textos inteiros para mim pelas ruas, nos autocarros, nas árvores, no mar. destrui coisas. magoei-me. fui magoado. disse merda. disse bem. disse mal. gritei comigo e com outros. acabei um curso com uma alegria tão grande que tudo era absoluto. senti-me livre. senti-me preso. senti-me adulto. senti-me criança. subi e desci escadas. andei de avião. de barco. de bicicleta. amei andar de bicicleta. odiei políticos. conheci pessoas. andei sem fazer nada. fiz o pior Dostoiévski que se fez no Fundão, talvez o único. disse mal da Câmara. fiz o Maldoror. fiz o Maldoror. fraco mas feito. o Maldoror. disse palavrões um bocado por toda a parte. destrui projectos. sonhei projectos. corri. atrasei-me. comi coisas loucas. passei fome. discuti ao telefone. chorei nas ruas e em casa. ri-me como um perdido. dormi na rua. montei exposições. fiz teatro a acreditar. fiz teatro sem acreditar. desisti de fazer teatro e voltei a fazê-lo. fiz uma merda de um episódio das Chiquititas e odiei. fugi da polícia. pintei coisas. chamei nomes feios a pessoas. chamaram-me nomes feios a mim. corri. andei. saltei de pedra em pedra. brinquei com gatos. fiz amor. gritei amo-te. tentei suicídios. tentei viver. comi a sopa. tanta pouca coisa. enfim. de repente comecei a sentir-me estranho. quase deslocado. até que percebi que eu ia ficando cada vez mais para trás. cada vez mais a matar o que tinha feito. a queimar poemas na cabeça. armado em artista. a negar a vida. a negar mais e mais. e mais. e mais. e noutro lugar. com outra gente. com outra língua. outro ritmo. de repente percebi que eu já não era eu. eu estava ser invadido por um outro. lentamente. quase passivamente. ele ia-se instalando em mim. todos os dias mais um bocado. mais um bocado. até que percebi que na verdade eu já era uma pequena parte de mim. uma ínfima parte de mim. eu era um resto de um eu que já não me pertencia. e desisti. não valia a pena lutar. eu já era tão fraco. entreguei-me. eu entreguei-me ao que agora já era quase eu. ao eu o outro. ele eu prometeu que as condições combinadas não seriam esquecidas. eu entreguei-me ao esquecimento de mim. os dados foram então lançados. foi o lado que calhou. pedro fiuza"

pois então, esta foi a declaração que o indivíduo pedro fiuza prestou no momento em que foi atirado para a masmorra libertadora do esquecimento. e ainda bem, porque sejamos francos, foi gajo que nunca prestou para nada. andou por aí a laurear a pevide, armado aos cucos, a gozar com este e com aquele, com uma arrogância reles em relação a certas e determinadas coisas que envolviam certas e determinadas pessoas. muitas vezes nem palavra teve. um sacana da pior espécie. ainda bem que se foi. foi. ponto final. paz à sua alma e que arda lá nos quintos dos infernos, não tinha a mania do 666? pois muito bem, que vá ter com o diabo e que goze os banhos de enxofre. pseudo-maldito do caraças. gozão. sempre na penúria. choramingas. pé de salsa do caneco. nunca valeu nada. até vergonha do que era tinha. e acho que não batia bem da bola. era choninhas do toutiço. bem, agora quero ver o que é que consigo fazer com este corpo e com esta memória de rato que este gajo me deixou para me governar!!! eu quero ver como é que eu assumo as responsabilidades deste sacanório que espero bem que seja comido pelas taínhas lá do demónio. e este blog foi imediatamente confiscado por mim. tudo o que era desse tal de pedro fiuza esse é agora meu. é assim. se lhe fico com o corpo e com tudo, é porque lhe fico com o corpo e com tudo. espero que este blog passe a ser muito mais interessante agora que aquele maltrapilho se foi de vez. que seca. assino então: pedro fiuza o outro

o poema escrito com o outro lado

a sorte está lançada, nada nos abandona
seguem-se os riscos e os caminhos
lançam-se redes
fazem-se viagens dentro de viagens
terra
pessoas
água
coisas mais ou menos invisíveis
estás no abismo mas suspenso por uma corda
uma corda que é a tua história
a tua história
tens alturas em que fixas o olhar no que vem
incha-se o corpo de uma maneira insatisfeita
o sangue ferve na sua imensidão de energia
na tua frente pode estar o silêncio
a escuridão
a luz da cegueira
a luz da vontade
pode estar um deserto absoluto do sentir
a guerra sem tréguas
o ser prisioneiro
estar na sombra debaixo de uma árvore
ou projectado nos ecrãs
com segredos
a vida é uma roda que o tempo te traz
ou vai trazendo
uma escolha constante nos confins da cabeça
do corpo
do mundo
acumulas coisas que te aquecem
que te esquecem
que se vão
mesmo as que se vão te ocupam
tudo permanece
caminhas
cospes no chão que pisas
saltas em cima das rasteiras do senhor do lado
não saltas
estatelas-te no chão de pedra
fazes feridas nas mãos
cicatrizas
segues o caminho
a andar no ritmo
voas
dormes
cais
andas
amas
vives
dizes
fazes
estás aí
mordes um cão
passa-te um carro por cima
cai-te um meteorito na cabeça
marcas um golo num estádio cheio
vais ao espaço
morres
não morres nunca e se sim não importa
porque tens de continuar
continuar
insistir nisso
nessa coisa que vês sabe-se lá onde
nesse objectivo
sentido
treta
ilusão
certeza
nessa merda que tens diante dos olhos
e te obriga a andar permanentemente com a porcaria da corda no pescoço
com o sorriso na boca
o regresso que não é regresso. uma fronteira. um lugar que foi casa. uma espécie de regresso. passagem. não ficar. estar. viver. voltar a partir. sem ilusões. acreditou-se um dia. acreditou-se. mas este mundo não está virado para os sonhos. fugir. descobrir uma cidade nova. andar aéreo. falta de rotinas. pontos. uma vida ganha-se. quando ganharei a minha?

segunda-feira, 26 de maio de 2008

não, eles não estão a torturar ninguém, estão a treinar para os Jogos Olímpicos...

nunca se baixarão os braços. nunca se desistirá de um sonho. nunca se deixará de lutar. nunca deixará de se amar. nunca deixará de se falar. nunca se irá esquecer. nunca se há-de parar.

já que se anda cá fora...


domingo, 25 de maio de 2008

filtro

e o tempo passa-se com o seu ritmo e com as suas subidas e descidas e vaivéns e loucuras e caminhos cruzados e tempestades semeadas em copos de água e virtualidades mais ou menos necessárias e experiências mais ou menos realizadas ou entendidas ou uma merda qualquer. há aquelas alturas em que tens apenas o ar nas mãos, ar não, algo como o vento, que nem chega a parar nunca, que apenas passa sem chegar a tocar, que é um momento de tempo impossível de fixar, sem registo. escrever por escrever. merda. continuar a insistir. nisto. estar numa cadeira no centro de uma casa. tudo é branco. fechado. no meio da luz. o espaço apertando ou talvez abrindo. o branco absoluto não deixa aperceber bem. um puto com uma bola no braço. talvez uma arma. para um puto tudo é um brinquedo possível. tudo se transforma. cresces. escreves. dizes. fazes. merda. carregas a possibilidade do tudo e do nada. círculos. momentos fugazes. palavreado. flores. uma ou outra música que te faz dançar. um ou outro livro que te provoca o espanto e te deixa a pele da barriga colada nas costas porque talvez tenhas odiado determinantemente uma frase que te açambarcou a cabeça. que te bateu. que te esbofeteou. um ou outro filme que terias gostado de interpretar. o teatro não é para aqui chamado. sais de casa para gastar o sorriso dos dias. para preencher o seu vazio. para te dar forma ao olhar. à vontade. andar de bicicleta pelas ruas com o ar frio na cara. falar sozinho. ralhar ao outro que é o mesmo. que é o eu. o sacana do eu. esse eu que me leva. que me carrega. que me possui. eu. esse eu. o tal eu. este eu aqui. agora. com a sua marcha lenta incompreensível dentro do eu que é o eu eu. o egoísmo talvez abusivo que o eu eu encontra para si eu. esta seca que estou a escrever. que eu estou a escrever. que o eu me põe nas mãos a mim para que eu me escreva a mim. eu. egoísmo ranhoso. pedinte. infiltrado na máquina pela negativa. negativo para imprimir. negativo positivo. já estou outra vez a escrever merda. merda. merda. acendo o cigarro e o tempo passa mais um bocado. consumo mais umas coisas sem importância ou com importância a mais porque fazem mal mas isso não importa. limpo os óculos. espero o som do telefone. uma voz na rua. uma carta no correio. uma mensagem num avião que passe por cima da areia. uma imagem que toque. um momento de absoluto concentrado num sopro de ar. de fumo. de esquecimento. de verdade. de alguém que te pega na mão e te diz que chegou ao fim o exílio. que o mundo está pronto. que tens lugar. que podes viver. falar. sonhar à vontade. que de repente até és útil. que até tens um sentido. que te pega na mão e te diz pronto já passou. a chuva parou. olha o sol. pedro. olha o sol ali. acabou o exílio. podes acordar. toma um sumo de laranja. ou um beijo. ou um raio de luz. toma um raio de luz. aqui temos este tapete que nos poderá levar até à nossa casa vermelha da idade do sonho. a nossa casa de paz. podes acordar. mas o problema é que o exílio é uma forma subtil de tortura e de homicídio. e o poder acordar só é possível estando a dormir. porque um dia não se dorme mais. dorme-se para sempre. anda-se por aí a arrastar o corpo no meio de falcatruas ilusionistas. em busca de um flash. de uma droga que seja cada vez mais imediata. mais rápida. mais alta. mais impossível de suportar. de repente tudo o que antes era brilhante começa a ter a mesma cinza do mundo e tens de começar a iludir-te. a inventar pinturas para as coisas. a escrever poemas cheios de metáforas que não dizem nada para além da forma. o exílio começa a ocupar-te o corpo. a calcinar-te as entranhas. a espalhar-se pela cabeça. perdes a voz. a capacidade de ver. os óculos partem-se numa rua qualquer. cravas tabaco a desconhecidos. sangras. arrastas-te. talvez te pudesses ter resolvido um dia. se não te metesses em labirintos pedro. se não te enfiasses nesse monólogo chato e repetitivo em que a tua vida se torna apesar dos desequilíbrios e dos sinais e das posições e das bombas e das flores e da luz e da obscuridade. porque tu não consegues nunca resolver aquilo que és. tu andas aí. pedro. tu andas aí. nessa mecânica previsível. nessa alta impossível. e assim aqui ando eu a escrever para o eu. como o diabo em cima do ombro. o anjo caiu não me lembro onde. algures. não interessa. mas tu sabes que há quem te troca o ilusionismo pela magia. tu sabes. tu não sabes nada. vais para os palcos exibir a tua angústia. tu não podes saber nada. agora cala-te um bocadinho.

cenas em geral

para não deixar de dizer alguma coisa e para insistir na já habitual seca a que acostumei os meus leitores, cá venho eu escrevinhar meia dúzia de patacoadas e afins só para me poder repetir como me dá na gana e tal e coiso... o tempo está insuportável e eu também. estou quase a começar a formação do kebab e já com umas ânsias de começar a trabalhar mais a sério porque isto de andar aqui a laurear a pevide é um tédio do caraças e não faz bem à saúde. estou com vontade de Verão. já sei que não vou ter férias, mas não é de férias que preciso, é de Verão. preciso de Sol. acabar o dia de trabalho com bom tempo... ai ai ai... é outra coisa... terrível, o ChikiChiki não ter ganho o Festival da Eurovisão... desabafos: vem aí o Euro!!! como já todos sabem do meu fascínio futebolístico... estou em pulgas, claro!!! aqui, nicles, quase que nem se fala nisso, uma seca. é que está mesmo quase a começar!!! já estou mesmo a ver, em Portugal já devem estar os cafés todos preparados e decorados e o pessoal já eufórico... ainda que este ano... bem, a ver vamos... e um gajo acredita sempre... mas... a ver... bem, só aqui vim dar esta seca de não dizer nada... não há ficções porque as últimas sairam excessivamente pornográficas e eu não tenho coragem de as publicar para não ferir susceptibilidades e porque isto é um blog decente, mais ou menos... então adeus e cá vai disto, 1 2 3

sexta-feira, 23 de maio de 2008

já que cá vem...

a homenagem sentida!!! o Bicing!!! a coisa mais incrível que alguém inventou!!!

um gajo à espera do bom tempo para tornar o bronze mais homogéneo e é isto... cinzentismo... mas BOAS NOTÍCIAS, vem cá o Rodrigo Leão e A Naifa!!! hehehe, que verdadeiramente espectacularmente altamente!!! e ainda uma coisa que me deu para pensar ontem... vir a Barcelona e não ir à Gracia é não vir a Barcelona!!! mas ainda digo mais!!! ir à Gracia e não ir à Casa Portuguesa... é não vir a Barcelona!!! que a Casa Portuguesa é que é a puxá-la!!! a recomendação óbvia é o lanche na Casa Portuguesa e depois o jantar no Mesopotamia!!! hehehe

quinta-feira, 22 de maio de 2008

e não se esqueçam, debaixo da calçada ainda está a praia!!!

desabafos generalistas

hoje o dia estava meio ambíguo a nível de temperatura, desde a calora monstruosa do meio/fim da tarde ao chuvisco outonal do princípio da noite... bem, como tal, as pessoas saem pouco de casa... noite estranha, já não saí a tempo de apanhar uma bicicleta!!! lá venho eu a pé, ainda é uma boa meia-horita, lá estou eu a vir, dá-me uma na cabeça e desato a pensar em teatro!!! detesto!!! ainda por cima agora de férias disso, e se nem fossem os compromissos... não sei se isto não não é uma retirada... uma espécie de deserção ou de desistência, porque um gajo já não está para se andar a enervar com questões que, enfim... questões que me enervam... já ando a meditar o espectáculo da Guarda e a envolvência a nível de contexto cénico e interpretativo já está pronta!!! agora é a outra parte que me preocupa... não preocupa, é como é. já me aconteceu voltar ao teatro muitas vezes e algumas delas bem estranhas, mas esta é a mais estranha de todas, já se passou tanta coisa desde o meu último espectáculo que nem sei como será que isso se vai integrar em mim, como será que isso se vai revelar em cena... a ver, é uma revisitação... o tipo de teatro que eu pretendo fazer é um teatro pessoal, há coisas que nunca nos largam o corpo, estou curioso para ver. o meu contexto é mesmo outro, deixei aquele em que as pessoas vão assistir a uma confissão de um indivíduo no limite, para ser algo mais de conjunto, ou seja, são as pessoas que vão e é o indivíduo que vai, é o que se passa na verdade. espectáculo completamente anti-ilusionista, teórico na origem. espectáculo assumido na sua forma real. simples. sem truques ou golpes de teatro. risco do actor, eu... completamente ansioso já, a sonhá-lo, a pensá-lo, a tentar dizê-lo já na rua, ao andar. e para me dar para pensar em teatro... é porque alguma coisa aí vem... olha, que venha, que cá estaremos para ela, e cá estaremos para fazer tudo para ser a puxá-la!!! mas então o que era isso que eu vinha a pensar feito parvo enquanto descia o Passeig San Joan... vinha a pensar na malta do teatro em Portugal, que quando se junta em debates ou esse estilo de coisas, a única coisa de que fala serem os dinheiros!!! deu-me para pensar nisto... o pessoal do teatro em Portugal, a maioria, passa o tempo a queixar-se da falta de condições que tem para fazer o seu trabalho, das infra-estruturas, dos apoios, na falta de rodagem, fala de tudo o que é a logística do teatro, mas nunca se fala de teatro. é daquelas coisas... em Portugal passam-se coisas completamente absurdas no teatro, como aliás em tudo, ninguém fala disso, criou-se uma espécie de pacto de silêncio em redor do vazio. de teatro ninguém fala, ninguém fala de objectivos, de pretensões, de nada, tudo logísticas. por exemplo, fala-se dos castings para os actores começarem a ser pagos mas não vi ninguém ainda falar do que é um actor. todas as companhias falam da história e das quantidades de público, mas nenhuma fala do que realmente ganhou na prática. são uns queixinhas. uma máfia do caraças. há exemplos escabrosos de vazio pago pelos contribuintes!!! há sacanices do mais velhaco com as autarquias!!! há uns proteccionismos reles do sim pela tua frente, do caladinho se me queres caladinho, uma seca. teatro: seca. acho que ando mesmo a preparar a retirada. ando sem paciência. apetece-me fazer outras coisas mais imediatas. mais reais. menos na cabeça. menos guerra, ou combate, ou treta. quero afastar-me realmente disso. é uma seca. seca. seca. mas vai ser fixe voltar ao palco. é sempre fixe estar no palco. fazer teatro é, apesar de tudo, bom. é viver. é estar. é partilhar. eu não posso dizer que este será um bom espectáculo, mas posso dizer que quero que seja no mínimo perfeito!!! e já sei que não vai ser!!! mas eu quero que seja!!! mas não vai ser!!! hehehe!!! mas que seja uma dose de intensidade absoluta e louca. e que seja um bom momento para todos os que participarem de alguma forma. e que seja uma verdadeira bomba! eu quero é que seja uma verdadeira bomba!!! porque se um gajo não anda aqui para fazer bombas... é um tédio do caneco!!! cá estão os desabafos, com estes me fico. tudo isto por causa do mau tempo... desculpem lá...

quarta-feira, 21 de maio de 2008

a praia, a praia...

é uma terra mirabolante. a praia faz parte da vida da cidade, tal com qualquer parte do seu centro. os mesmos negócios, a massaguén, a impressionante cerevzáguafantacolabeer patata, os turistas ingleses brutalmente queimados, gente anónima, gente sem ser gente, putos ao calhas, mundos distantes... tudo se cruza minimamente na praia, todos a usam. que altamente. com o bicing, chegas, pousas a bicla, vais para a areia, abancas, pincho, areia, pincho, areia, bicla, casa... fónix... os gajos é que a puxam...

terça-feira, 20 de maio de 2008

A Última Carta do Exílio

nem tudo são dias. também há noites. também há escuros. também há caminhos turvos. vozes distantes que te empurram para um limite da cabeça. vozes presentes. vozes que são o que tu és. dão-te o lugar, tiram-te o chão. voas agora? não voas? problema da tua consciência. é tudo um problema dos teus pés. um problema da tua vidinha de insecto sem nada, mínimo, insignificante, que mergulha nos seus pequenos jogos de pessoa, jogos escondidinhos de possibilidades nulas. claro que podes falar! então se não perdes nada!? estás encostado numa parede que te vai cortando as costas e tens bichos pela frente que te empurram, tu queres os bichos mas eles empurram-te, as costas que vão ficando dilaceradas com a tua deserção, com a tua fuga aos bichos numerosos, que te comem o cérebro enquanto te beijam os ossos. estás vazio agora. distante. mesmo a voar levarias tempo. parece que desapareceu a voz. vives com o silêncio que é o pior que pode acontecer a quem está fora. batalhas mais uma vez. dentro de ti há um outro corpo que se consome de uma forma sanguinária, que se te consome. ele és tu. os zumbidos dos bichos. as costas. olhos fora. vazios. chora cão. chora cão. chora cão que te faz bem. para a próxima não sejas egoísta. para a próxima não centres o mundo nesse meio dos olhos para dentro. tudo o que fizeste foi merda. nada mais. merda pura. e agora como é? agora estás longe e não há nada a fazer... mas isto é tempo!!! mas não me interessa a mim. corto-te carne e esmago-te os ossos com a maior facilidade do mundo. sei como te atingir. és um alvo fácil. quero ter direito a tudo aquilo a que tenho direito. mas eu agora. tu não existes. tu és uma referência algures, em algum lugar desconhecido. ninguém sabe a tua vida. antes estavas presente. nada servia. a casa era deitada abaixo. reconstruída sobre a ruína. limpeza nenhuma. venenos no corpo e andar. acordar e ser diferente. a noite oculta-se enquanto se dorme. as histórias percorrem-te as veias. apertam-te. sufocam-te. passas a ser outro na distância. atinges o impossível e não podes descer ou subir mais. o que tiveste de fazer não importa. o que fizeste não importa. passa a haver apenas a medida do impossível. a referência do nada. o insecto reles e rasteiro na sua pior forma é o que ocupa a memória. metem-te as armas na mão e dizem dispara. não te dizem para onde nem como. dizem que não te empurram mas a marca da mão no corpo não engana. mas a verdade é que é o corpo que se anula. é o corpo que foge. é o corpo que se enfrenta. tens de lutar??? tens de lutar se tiveres dúvidas. vais dormir se conseguires.

uma invejita...

como neste momento já estou só há espera e hoje não tenho restaurante... o dia está bom, eu estou bem disposto... vou até à praia!!! a puxá-la toda!!! nestes dias um gajo sente-se milionário!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

hehehe dois dias de festa!!!

o Sporting ganhou ontem e isso foi muito bom e altamente e assim... mas não é que estou eu hoje a fazer uma coisa que não interessa para aqui e me toca o telefone!!! o meu toque é uma música d'As Mercenárias!!! sempre que o oiço aqui... é entrevista!!! mas hoje não era. então não é que me ligam de... de... de... de um tal de um kebab!!! já nem eu me lembrava!!! então não é que acabei de arranjar o outro trabalho??? então não é que já tenho o tal outro trabalho??? então não é que isso é altamente??? hehehe... estou estupidamente contente!!! é o salto!!! é a puxá-la!!! dois meses para a reviravolta!!! hehehe, com a Taça!!! tudo vai de feição!!! com o espectáculo na Guarda a rebentar... hehehe hehehe hehehe merda é este comemorar das coisas sem o amor... enfim... outros dias...
claro que saí de casa eufórico com o cachecol na mão!!! agarro numa bicicleta e lá vou eu em caravana solitária, a festa estava longe, noutro país... nem uma buzina, nem ninguém de verdinho... enfim... também não foi isso que me acabou com o contentamento. ontem se estivesse em Portugal seria uma daquelas noites... e teria ido ao estádio!!! hehehe

domingo, 18 de maio de 2008

relato do relato

emissão online da Antena 1. hehehe. relato do relato para aliviar o stress!

Grimi faz falta feia!!!
Sporting tem grande jogada de ataque do lado esquerdo, Nuno pode ter feito a defesa da partida!!!
o que é que se passa com os centrais do Porto? pergunta o senhor da rádio!!!
rádio é stressante...
não estão a jogar andebol!!!
7 minutos, publicidade
acenderam-se agora as luzes do Estádio Nacional!!!
queimar cigarros...
desconcentração na equipa portista... dizem os senhores da rádio...
mau alívio do Polga.
não deixem espaço para o Lisandro, catano!!!
o FCP a reagir... não... não deixem...
ultrapassamos o primeiro quarto de hora, publicidade.
livre para o Porto, o árbitro pede calma.
grande defesa, Derlei falha, Nuno defende.
mais Sporting do que Porto, dizem os senhores da rádio.
golo nenhum, penso eu, merda.
pode ser o primeiro golo do Porto, Polga faz o desvio.
a bola está com o Ninja!!!
mordo o cachecol.
publicidade, detesto.
o Sporting em termos estratégicos está melhor, dizem, a ver...
temos de ganhar, ânsias...
pé canhoto do 24, Miguel Veloso.
comentários do Jorge Coroado.
ai ai ai, quase que há amarelo... para o Grimi...
Quaresma fica mal tratado a receber assistência...
25 minutos da primeira parte.
a confusão...
Lisandro para as mãos do Rui Patrício, cuidado com o Lisandro!!!
a bola está com Lucho...
cuidado caneco!!!
começo a ouvir muitas vezes os nomes dos jogadores do Porto!!!
nervos.
mais cigarros.
vá lá caraças.
defende Nuno, defesa de recurso...
está aberto o espectáculo!!!
Só eu sei... porque não fico em casa!!!
minuto 30...
análise: crescimento de Quaresma!!!
canto para o Porto, não gosto...
caneco...
caneco...
caneco...
caneco...
Bruno Alves para fora...
34 minutos, 0-0!!!
olha o Porto, olha o Porto, olha o Porto, defesa de Rui Patrício, porra, então? como é?
primeiro cartão amarelo para Paulo Assunção...
comentário de Jorge Coroado.
quase que me enforco com o cachecol.
o meu cachecol diz: SEMPRE AO TEU LADO / NUNCA ESTÁS SOZINHO
Moutinho remata por cima...
minuto 38.
GGGGGGGGOOOOOLLLLLOOOOO
anulado...
foda-se!!!
porra.
caneco.
Jorge Coroado...
fora de jogo...
continuar...
chove no Estádio Nacional.
livre favorável ao FCPorto.
corte de João Moutinho.
movimento fabuloso de Quaresma.
falta de Quaresma sobre Abel.
falta pouco para o intervalo...
Ismailov...
1 minuto de compensação...
som de tic tac no relato... mais stress...
pontapé de baliza para o Sporting...
apita o Olegário.
intervalo.
vou ao café.
sigo as recomendações do xôr Pedro, trago umas Heineken's...
para dar sorte. intervalo ainda... falam de outros desportos...
Jorge Coroado com os seus comentários...
stress...
assumido... sportinguismo doentio... acontece...
está quase a recomeçar...
apitam as seis...
aqui sete...
cachecol de volta do pescoço. SEMPRE AO TEU LADO!!!
este cachecol não me abandona!!!
hehehe
SSSSSPPPPPPPPOOOOOOOOOORRRRRRRRRRRRTTTTTTTTIIIIIIIIIIINNNNNNNNGGGGG
vá lá caramba...
ponho o som do computador no máximo.
regressam ao relvado.
vai iniciar-se a segunda parte.
ânsias.
merda. detesto isto. este vício da bola... que nervos...
sai a bola pelo Sporting...
até rezo.
o Jorge Coroado diz que foi mal anulado!!!
começa a segunda parte...
lançamento para o Sporting.
Miguel Veloso remata.
tudo a aquecer!!!
o Tiui a fazer aquecimento!!! mais vale calarem-se já!
vá lá catano!!!
o Porto está mais audaz...
canto para o Porto...
foda-se.
falta sobre Derlei.
livre de Miguel Veloso.
Tonel por cima.
o Porto agora está melhor...
enrolo o cachecol na cabeça...
Abel leva amarelo.
foda-se, começa o stress louco da bola...
9 minutos da segunda parte, publicidade.
canto para o Sporting!!!
canto!!!
canto!!!
nada...
novo canto...
Nuno evita o golo outra vez...
canto, nada...
porra. stress.
vou buscar outra cerveja.
o Sporting com andamento.
ainda nada de golos.
remate do Lucho... caneco.
o público está louco.
arrepiado com estas coisas.
Derlei remata outra vez...
livre para João Moutinho.
últimos 30 minutos.
o Porto ataca.
falta de Romagnoli.
livre para o Porto.
o cachecol... retorcido...
detesto relatos, é um stress...
Quaresma, atenção ao Lisandro...
remate do Mariano.
ouvem-se os adeptos do Porto...
outro remate por cima...
Djaló está caído...
que terá passado.
GRANDE PENALIDADE NÃO ASSINALADA!!!!!!!!!!!!!!!
enfim... acontece...
vá lá mas é a jogar...
falta de Ismailov... Fucile é esperto, o sacaninha...
livre para o Porto.
caneco...
cuidado com o Lisandro...
cuidado com o Lisandro...
falta sobre Moutinho, tadito, tantas...
FILHADAPUTA do Quaresma!!! amarelo já para o sacana!!!
25 minutos...
Lisandro...
Lisandro...
Lisandro...
entrada dura sobre João Moutinho...
João Paulo para a rua!!!
faltas foleiras não vale...
faltas não...
então???
tadinho do Moutinho...
assim não...
o Moutinho vai ao Euro... atenção...
a ver agora com diferença de jogadores...
isso nem sempre quer dizer nada...
29 minutos de jogo...
sai o Ismailov, entra o Pereirinha...
a ver isto...
falta de Polga.
substituição, sai Mariano e entra Lino.
vá lá...
Lucho faz-se à falta.
faltam 10 minutos.
publicidade.
Lisandro...
Lisandro...
Polga!!!
mete já o Vucksevic!!!
mete!!!
faltam 8!!!
canto para o Porto!!!
então?????????????
foda-se!!!
tira o Romagnoli!!!
tira!!!
tira o gajo!!!
FARNERUD E TIUI NO AQUECIMENTO!!!
falta sobre o Raul Meireles!!!
onde está o Sporting????
falta sobre Pereirinha...
livre...
vá lá!!!
foda-se nada...
merda.
Vucksevic no banco!!!
às vezes não percebo isto...
se forem aos penalties desligo isto...
publicidade agora não!!!
42,5 minutos!!!
olho pela varanda, fumo, bebo Heineken.
ando em círculos.
grito EH PÁ FODA-SE!!!
VAMOS LÁ GANHAR ISTO!!!
3 minutos de compensação...
joga o Porto...
Raul Meireles lesionado... Rui Patrício mete a bola fora.
fair play, acho muito bem...
nós não somos o Porto!!!
47 minutos...
o tic tac enervante que estes gajos metem como som de fundo.
Lisandro...
prolongamento... foda-se...
stress...
vou andar pela casa para esquecer isto um bocado...
fui até à casa de banho, que figura, camisa verde, cachecol... enfim...
falam aqui sobre o Vucksevic...
realmente...
Farnerud, não...
Vucksevic...
que raio!!!
stress!!!
30 minutos mais...
voltei a sentar-me em frente ao computador, estou com umas ânsias...
cum catano, entra o Tiui...
sai o Abel...
o Tiui... já não digo nada...
começa.
QUE STRESS!!!
STRESS!!!
STRESS!!!
que caneco, já não estou a gostar nada disto...
nada.
nada.
nada.
cartão amarelo para o Raul Meireles...
livre para nós...
o árbitro acaba a primeira parte... hehehe
não acaba nada...
jogada do Porto...
bem Tonel...
livre para o Porto...
nada... bem...
o meu coração dispara...
onde é que está o Sporting???
fumo estupidamente!!!
Tiui ainda não tocou na bola!!! uau, que novidade!!!
amarelo para Derlei...
possas...
joguem à bola!!!
ui, quase que Tiui marca...
este Lino, este Lino...
substituição no Porto, entra aquele que eu não sei como se escreve, o Kasmiersaco!!!
livre... para o Porto...
nós agora nada...
uma seca...
chove com intensidade...
quase... para eles...
NÃO DEIXEM OS GAJOS ASSUMIR O JOGO!!!
acaba a primeira parte?
acaba.
troca o campo...
o Vucksevic???
o Porto está melhor...
o Porto está melhor...
ainda tenho o cachecol na cabeça.
cigarro.
não há Sporting???
canto para o Sporting!!!
canto...
canto...
canto...
curto.
corte do Kasmier Saco...
quase que os sacanas marcam...
quase que os sacanas marcam...
JOGUEM COM TUDO!!!
não...
Lisandro...
CARALHO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
CCCCCCCCCCAAAAAAAAAAAAAAARRRRRRRRRRRRRRRAAAAAAAAAAAAAAAALLLLLLLLLLLLLLHHHHHHHHHHHHOOOOOOOOOOOOOOOO GGGGGGGGGGOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLLOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO do FFFFFFFFFFFFAAAAAAAAAAARRRRRRRRRRRRRRRRRRRRAAAAAAAAAAAAAAAPPPPPPPPPPPPPPPPOOOOOOOOOOOOODDDDDDDDDDDDDDDOOOOOOOOOOOTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIUUUUUUUUUUUUUUUUUUUIIIIIIIIIIIIIII
amarelo para Lucho.
vamos ver mais...
Jorge Coroado fala do apito!!!
vá lá...
vá lá!!!
vá...
só faltas...
vá lá...
tenho de fazer xixi, porra!!!
estava eu a fazer e ouço a entrada de Gladstone!!!
faltam 4 minutos!!!
nervos...
nervos!!! reais!!!
quase que eles marcam...
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
2-0
CARALHO!!!
hehehe
hehehe
hehehe
hehehe
hehehe
hehehe
hehehe
hehehe
hehehe
é a macacada!!!
hehehe
hehehe
hehehe
É NOSSA CATANO!!!
dois do TIUI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! vale tudo!!!!!!!!!!
estou em casa a dançar!!!
OOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLÉÉÉÉÉÉÉÉÉ
É NOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
acabou!!!!!
hehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehe
é nossa
SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOORRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG
hehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehe
é nossa CARALHO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
olé olé olé!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
estou a ouvir a festa!!!!!
hehehehehe
hehehehehe
hehehehehehehehehehehehe
até o Tiui!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
vá aqui mais um cigarrito!!!!!!
hehehehehe
FORÇA DERLEI!!!
FORÇA SPORTING!!!
VOU PARA A RUA COM O CACHECOL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
CASA PORTUGUESA!!!!!!!!!!!!!!!!!!
É NOSSA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
hehehehehehehehehehe
o Jesualdo a dizer que não mereciam...
vai para o caralho ó Jesualdo!!! vai lavar a placa!!!!
hehehe



sábado, 17 de maio de 2008

uma coisa ridícula é aqui este lugar!!!
quem é o responsável? és tu, sou eu, somos nós.

este fim-de-semana em Portugal o que é que ficam a fazer em casa???

aniversárioCAEP_mod

(des)novidades

o meu irmão já não vai abrir a tasca em Alcongosta na Festa da Cereja, grande seca, uma tasca que ainda está igual a quando estava aberta, seria uma das referências óbvias da Festa da Cereja, é pena... estamos tristes... é assim... para a próxima que as coisas sejam diferentes!
os museus só são de borla entre as 17h e as 24h!!! eu estou a trabalhar!!! mas como entro às 19h30m... ainda vou ver pelo menos um de rajada, que me fique perto do Metro... é assim... mas vou dar uma mirada...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

apesar de tudo boa disposição que o mundo não tem culpa

levantei-me cedo para mais uma entrevista, já vou com uma calma que até me faz confusão!!! a inevitável bicicleta que tornou Barcelona muito mas pequena... lá me fiz eu ao caminho para a continuação da novela da minha vida parva. cheguei com algum tempo de antecedência, gosto dos 15 minutos antes, chego, espero, entro no gabinete da Senhora, a Senhora diz para eu me sentar. sento-me. conversa. era um trabalho até giro. dar apoio a espectáculos, a nível de bilheteira, montagem, bar, tudo, a polivalência!!! um gajo como tem de trabalhar e está habituado ao Imago e, mesmo que alguns achem que não, a escola do Gicc é boa para a resistência (as verdades são para se dizer, chupa e embrulha Teleguine), experiência polivalente não falta, das obras aos livros!!! era o trabalho perfeito!!! a Senhora gostou de mim, falámos bastante, problema grave: o meu querido restaurante que neste momento é um compromisso sério. bem, lá me ficou com contacto para alguma eventualidade... estive a poucos centímetros de algo mais na minha área... mas como estou de férias disso também não me chateei muito, preferia mesmo outro restaurante ou uma loja, o espectáculo agora pode tornar-se muito enervante, um gajo não se consegue desligar, não... restaurantes sim, lojas sim, limpar as ruas sim... espectáculo não. mas ficou o bom contacto com a Senhora, falámos um bom bocado para além da entrevista, foi fixe. cá continuei a saga do curriculum... a ver que entrevistas aparecerão para a semana!!! até já sei as perguntas!!! hehehe aconteceu uma coisa horrível quando estava a chegar a casa, um senhor de mota deu um tralho que meu deus... fiquei chocado... mais novidades não há, por agora, porque por muito Alcongosta que isto seja, sempre é um bocado Barcelona!!! estou completamente parvo, sinto-me parvo. estupidamente bem disposto e com a certeza de que tudo se vai resolver, é preciso é apertar agora, é como tem de ser. como o Verão está a chegar já é só músicos por aí fora, em todos os cantos... ainda agarro nu pandeiro e vou também aí para um canto qualquer, o pandeiro punk!!! a puxá-la toda!!! tchik tchik tchik god save the queen tchik tchik tchik, as moedas ali a cairem que nem tordos na minha querida mochila, os turistas a dizerem que isto é cultura urbana, eu a rir-me por dentro e a tocar o pandeiro!!! tenho de pensar bem nisto, ainda me torno numa referência!!! nas ramblas há o que faz de Michael Jackson, há o que dá toques na bola, há o homem estátua da bicicleta... passava a haver também o gajo punk do pandeiro!!! era fixe!!! autêntico orgulho nacional, a Câmara do Fundão contratava-me logo para lá ir fazer uma cena num tascódromo qualquer, referência no estrangeiro, gajo fora que toca pandeiro punk, já estava o cartaz!!! era a sopa de um lado e o pandeiro do outro a fazer uma desgarrada daquelas à antiga, com o Teleguine nas luzes, era verdadeiramente um festival, melhor, um freak show!!! um sarrabulho artístico na ponta extrema da vanguarda, que é aquela ponta que toda a gente sabe qual é, enfim... não baixemos o nível, que isto tenta ser um blog decente, Fiuza não digas disparates!!! ai pá, burro!!! é assim, apetece-me escrever assim, hei-de fazer o quê? apetece-me escrever como se estivesse na ramboiada!!! ando assim. daqui a pouco tenho de ir trabalhar. gosto de trabalhar ali. vá. 1 2 3

quinta-feira, 15 de maio de 2008

pois pois... c'est la vie...

bem, chego ao restaurante com a chouriçada e o queijo a puxá-la. o meu colega como é Sikh não pode comer carne logo leva uma amostra de queijo da Serra, só para dar o gosto e pelo prazer da partilha... tenho aprendido tanto com esta gente... Mister Patron, queijo da Serra e um chouriço... e já pus um iraquiano a absorver coisas de Portugal (coisa não inédita, a Casa Portuguesa cumpre demasiado bem o seu papel...). bem, aquilo é um aglomerado de culturas que muito me agrada. três mânfios de lados distintos do mundo que conseguem trabalhar demasiado bem numa só casa!!! cada um com a sua vivência, cada um com o seu objectivo, cada um com o seu rumo, todos a fazer tudo por tudo para que as coisas funcionem!!! claro que há um patrão, mas neste momento posso dizer, sem modéstia, que a relação ultrapassa o emprego, trabalhamos bem uns com os outros, mandamos piadas numa espécie de meta-linguagem!!! com o meu espírito lamechas a cair no choradinho, já sabem que só posso achar isso bonito!!! e gosto mesmo daquilo. um restaurante não é muito diferente de um espectáculo de teatro, ambos têm público e em ambos o público tem de ficar bem servido, para poder voltar, para não haver vergonha no momento de apresentar a conta ou agradecer. gosto de pessoas. conhecer pessoas é fixe. ah, agora vai haver aqui uma cena de museus abertos, uma noite com os museus abertos... lá vou eu aproveitar para ir ver umas cenas... tem de ser... não há dinheiro para esbanjar e é de aproveitar estas coisas. apetece-me escrever histórias. histórias loucas com gente real. gente que deixa de o ser. já todos sabem que eu sou fã do Heiner Muller, ele dizia uma coisa, quando escrevia para teatro podia dizer eu, acho que é esse lado que me fascina nas histórias em que o personagem central sou eu, nada de acontecimento mirabolante nisto, a ficção é assumida durante o caminho todo. tanto para viver. tantas saudades que ficam e se acumulam... uma coisa é certa, está-se com mais possibilidades aqui... se agora estivesse a fundanar estaria a pensar na tasca na Festa da Cereja, espero que o meu irmão a abra, espero que esteja com pinta, espero que funcione... mesmo... se aí estivesse neste momento muitas coisas seriam diferentes, mas não estou, a verdade é essa. a vida seria diferente, o amor seria diferente, a teatra seria diferente, tudo, tudo, tudo... tenho andado a pensar em coisas minhas (desabafo), uma vez, depois de fazermos as Três Irmãs, o grande Rogério disse-me: há actores que constroem uma casa, há actores que deitam a casa abaixo e têm sempre de a reconstruir, que começam sempre de novo... estava a falar de mim... cada vez percebo mais isso. e é preciso destruir a casa muitas vezes. a pergunta que me faço agora é: até quando? quando há-de ficar a casa pronta? quando poderei viver nela? com os gatos, com o amor, com os filhos? quando? quantas voltas terá o mundo de dar? amanhã tenho outra entrevista. o caneco do kebab já se foi, acredito eu... tenho de resolver a vida, as coisas começam a ficar cada vez mais apertadas e não quero que os outros se vejam com um peso nas mãos que me pertence a mim. mas um gajo não sabe... no do Jorge Palma há uma coisa gira escrita, diz o seguinte, mais ou menos: Só há duas maneiras de fazer isto, é a de quem sabe ou assim. - Fizemos assim!!! e esta é a cena, uma inocência absoluta nas coisas do mundo, um medo e uma cobardia sem limites, com os tomates gigantes para umas coisas e invisíveis para outras... mas porque isto está tudo por descobrir... podem ler-se os livros todos, pode ouvir-se a música toda, ir-se ao cinema, ao teatro, a exposições, viajar... mas a vida parva, inocente, infantil... essa ninguém nos vai tirá-la. ainda bem que vim. ainda bem que cá estou com este Zino. ainda bem que cá está o xôr Pedro e a dona Leonor, ainda bem que conheci Mister Patron, Mister Gurmail, Miss Karandjir, ainda bem que trago um pouco de vocês todos comigo, ainda bem que amo, ainda bem que fiz coisas estúpidas, ainda bem que fiz coisas boas, ainda bem que tenho limitações, contas, dívidas, trabalhos, paixões, amizades, inimizades, portas abertas, portas fechadas, viagens, experiências, partilhas, bons momentos, maus momentos, ódios de estimação, coisas parvas... ainda bem... sou isso e muito mais... isto ninguém me tira!!! isto sou eu. eu. este farrapo!!! hehehe. vá, abraços, estou demasiado lamechas...
Murillo, O Regresso do Filho Pródigo
uma piadita para aliviar o sentimentalismo...

quarta-feira, 14 de maio de 2008

este é para os meus

voltou o Zino. traz-me um envelope da minha mãe, uns chouriços, em queijo!!! as perguntas inevitáveis de como está o Fundão e de como está cada um dos meus, um por um. já sei que todos estão bem, isso é importante!!! a minha mãe mais linda anda contente, altamente!!! a Cooperativa é na Tasca, sítio histórico na vida de muitos de nós!!! o Sopas lá está, abraços para todos os do Sopas e da Cooperativa e do Karib's!!! hehehe, vou dividir o chouriço e o queijo por mim e pelas minhas pessoas daqui, é fixe, meter um iraquiano e um indiano a comer coisas típicas de Portugal é fixe, acho eu... hehehe!!! qualquer dia tenho aí o espectáculo e já ando a fazê-lo na cabeça, de prático ainda nada mas já cá tenho umas ideias. o tempo está a melhorar outra vez, é bom e é mau, a Catalunha está com graves problemas de falta de água... este Verão há-de tudo ir tomar banho ao mar!!! o mundo anda assim... o kebab já esqueci, já ando a ver de outras coisas, é o curriculum e entrevistas... algo há-de aparecer, tem de ser, às vezes parece que estou aqui há anos, a verdade é que ainda só passaram dois meses!!! um gajo é que quer logo tudo rápido!!! é das possibilidades... às vezes tenho saudades da terra e das pessoas mas teve de ser assim, não podia aí ficar mais tempo a esperar o nada, aqui há mais possibilidades, mesmo que não aconteçam, há mais possibilidades. estou a contar com a vossa visita, estamos, porque o Zino também... isto é altamente. já ando farto de dizer isto. já sabem onde ficar!!! quando aí voltar havemos de passar uns bons bocados de certeza, o costume, sem cervezabeer, porque aí não há paquistaneses na rua!!! mas há uma catrefada de sítios e a nossa disco!!! e já sabem que o espectáculo na Guarda é para encher!!! há-de ser a minha última apresentação por uns bons tempos e há-de ser a puxá-la, pelo menos é o que eu quero, estou com umas ideias giras em relação ao espaço e à envolvência... ou seja, tenho de pensar em como fazer aquilo depois de tudo o que mudou entretanto, e parece que não mas... muita coisa mudou em muito pouco tempo... uma nova perspectiva há-se aparecer no espectáculo, nada de pijamas nem de descargas de bílis!!! já ando a sonhar com ele. espero que seja estupidamente intenso porque também se não, não tem piada nenhuma!!! teatro punk!!! independentemente do que isso signifique... ainda não faço a mínima ideia do figurino, sei o cenário, claro, os meus minimalismos do costume, o que hei-de eu fazer, não sei criar objectos... falha minha, é assim... bem, fiquei contente com esta aragem de Fundão que o Zino trouxe, foi fixe, tenho saudades vossas, mas também como sei que a vida não se apaga e fazemos parte uns dos outros... sei que os reencontros são inevitáveis. abraços deste vosso ciclista farrapo lamechas. até já. catano!!! obrigado mãe, és mais linda que o caneco!!! hehe

desculpem lá isto mas...

eu não queria muito falar nestas cenas, e neste caso por duas razões específicas, mas olhem lá, a Festa da Cereja não começa a ficar com uma programação um pouco repetitiva? é que qualquer dia independentemente do tema das festas a chapa 5 é sempre a mesma... deixa de haver uma diferença estética entre a cereja ou o chocalho ou aquela das donas que não se sabe bem o que é mas que tem tasquinhas também ou ainda a castanha... é que está bem que as bandas e os entretens habituais são giros mas há mais mundo para além daí... acho eu... isto enfim... mostra mais uma vez certas limitações a nível de programação, as pessoas calam-se porque querem divertir-se, mas de vez em quando podiam divertir-se com outra coisa... acho eu... agora, é uma questão de contarmos a quantidade de vezes que os Anonima Nuvolari estiveram na Beira nos últimos 3 anos... se acham que não tenho razão são livres de o dizer... mas primeiro contem... é que é muito giro fazer uma Festa da Cereja porque dá visibilidade e tal e coiso... como se as cerejas precisassem dessa visibilidade e não a tivessem já... mas enfim, o tema não é este, o enervante é mais uma vez a limitação da programação cultural do concelho, que arranjou uma família de bandas e entretens e não consegue sair desse ninho, é uma tristeza e uma pobreza de espírito insistir sempre no mesmo episódio, passar sempre o mesmo filme. para isso não precisamos lá de um programador cultural, ele pode muito bem deixar os contactos desse ninho e de certeza que há algum telefonista na Câmara que os pode chamar a marcar o dia e o preço, e é menos um ordenado... porque esta aqui ninguém me tira da cabeça, a programação do Fundão é uma atrocidade sem diferença, é igual aos outros lados, não tem qualquer tipo de identidade, é catálogo. e as coisas que podiam ser giras, com o contexto próprio, caem na merda da repetição, é a dança rotativa da programação... é a tristeza saloia do gabinete... é o grau de exigência que se tem... é o desenvolvimento que se ambiciona... são não sei quantos ordenados... para isto, chapa 5, uma terra vazia, sem identidade, sem nada, legitimados pelo silêncio, fazem nenhum ou cagada e podem errar à vontade, legitimados. francamente, como é que é possível que isto aconteça... já sei que sou repetitivo. mas mandem os gajos embora... uma tristeza saloia, uma pacoviada de primeira apanha. quem são eles? que tachos e que cunhas ali andam? toda a gente sabe!!! bem, preciso de fumar!!! mas é que estava a ver a programação da festa da cereja e como já tinha lido aqueles nomes em não sei quantos lados... bem, desculpem... juro que não falo mais destes farrapos da cultura fundanense, é que são mesmo saloios, é a vitória do parolismo. ó senhor Miguel Rainha, ó senhor Paulo Fernandes!!! por amor de deus... tanto descaramento não... estão aí para trabalhar... então??? qual de vocês é que tem as responsabilidades??? assim é a gozar...

desabafo exorcista

nunca falei nisto, mas há uma coisa que me aflige muito mais do que: a Câmara do Fundão, a Estação, o Teleguine, o Gil (menos no dia em que resolver fazer o Hamlet porque nesse dia mato-o), a Moagem, a programação parva, o PSD, o PS, o PCP, o PNR, o Sócrates, o Cavaco, os políticos em geral, alguns bastante em particular, o Lobo Antunes, o Paulo Coelho, a internet lenta, pisar merda, pão seco, televisão dobrada, ter feito o Ubelhas sem dar um tiro na cabeça, o Sporting ter perdido a final da UEFA em casa, Portugal ter perdido a final do Euro em casa, entornarem-me cerveja para cima nas discotecas, a Rebelo Pinto, a Nogueira Pinto, o Pinto da Costa, a fraude do 25 de Abril, os neo-fascistas, os ex-comunistas, a violência policial, a violência social, os tremores de terra, não ter bicicleta disponível no Bicing, cheirar a suor, estar mau tempo, ameaças no mail, comentários anónimos no blog, ter de emigrar, estar exilado, carregar tijolo, ter insónia, jazz mais de duas horas, não ter o meu computador comigo, não ter os meus livros comigo, ter contas como o caneco para pagar, ter de as pagar, ter de morrer, a minha gravidez, a possibilidade de não voltar ao palco depois da próxima vez, passar a ferro, ir na rua e levar com cagadelas de pomba ou gaivota, ser ultrapassado por outra bicicleta, perder nos matraquilhos, saber quando tenho razão e isso não importa, café queimado, leite com nata, bacalhau com muito sal, arroz com pouco sal, estar a ficar careca, receber newsletter's sem interesse nenhum, não poder encenar todos os clássicos do mundo, não poder nem sequer lê-los, resumos, escrever sinopses, as Finanças, a Segurança Social de Portugal, o desemprego, a cerveja morta, a água espanhola, o homem do talho, homem do gás, as obras na parede ao lado, o roer as unhas, o estalar os dedos, o arrastar os pés, o Nuno Cardoso, o José Couceiro, o Maniche, o Alberto Caeiro, a editora Quasi, as sessões de poesia com vinho tinto, os diversos ministérios da Cultura depois do Carrilho, a vontade de fazer xixi e não poder fazer, as viagens longas, as digressões longas, os hotéis, o meu olho direito, mulheres muito novas com homens muito velhos, cidades feias, restaurantes maus, pensões com os quartos sujos e sem comando para a televisão, o não ter um estilo próprio quando escrevo, o não conseguir estar calado em relação a certas coisas, a minha burrice em relação à maior parte dos assuntos, o dizerem-me que eu devia ter ido para contabilista, o chamarem-me constantemente egoísta, o chamarem-me quase sempre cobarde, o quente exagerado do Verão, a fome, as saudades, o Benfica, a ressaca depois de uma noite daquelas, mau whisky, os programas da manhã e da tarde em Portugal todos iguais, o patrão Belmiro de Azevedo, a cerveja Mahou e a San Miguel, fazer festas em rastas, tatuagens naquele sítio entre as costas e o rabo, tangas e fios, apanhar seca, tomate cru, a nossa senhora de Fátima, aquele burro nacionalista que está preso por causa das armas, racismos, nacionalismos e outras palermices do estilo, a violência no desporto, a bananice do teatro, os pseudo importantes do teatro que mereciam era uma lambada, os subsídios mal distribuídos, a máfia das companhias de teatro em Portugal, máfia, nem máfia é, é um jogo de poupança!!!, pessoas que fazem das outras burras e que pensam que ningém vê, as touradas abjectas, os universitários burros, os betos do PP, a Zara, estar doente, acordar estupidamente cedo, o Natal, a pedofilia, o país de merda em que Portugal se está a transformar, o silêncio das pessoas, o carneirismo pamonha panhonha patego, os que são contra quem fala porque estão bem instalados, descascar fruta, não ter um grelhador, fazer realmente maus espectáculos, conversa de circunstância com quem não apetece, entrevistas de emprego, a TVI, o pessoal que só falta lamber o chão dos outros para ficar bem na vida, a onda das tasquinhas para encher o olho, os incêndios florestais, os Estados Unidos, Israel... enfim muita coisa me aflige mas nada nada nada como ter de escrever para não pensar na verdadeira angústia que é a de eu não ter tabaco. e de estar nervoso por não ter tabaco. porque se há coisa que eu odeio é não ter tabaco. detesto não ter tabaco. e sinto mais a falta se não tiver. e isso enerva-me. e como estou enervado só me apetece dizer mal de tudo. mas é por causa do tabaco. do maldito tabaco. do fumo quente do tabaco a passar na boca, a preencher-me por dentro, a espalhar o seu veneno mortal... tão bom... caneco para o tabaco... maldito tabaco, vou tentar esquecer que ele existe... nos meus lábios... nos meus dedos... o fumo quente, quase que dança, e o papel arde devagar e parece que dá pequenos estalos... que raiva... fuge... fuge... shttt, sai de mim, vontade maldita de trepar paredes de me roer de me arranhar... raiva. raiva. raiva.

terça-feira, 13 de maio de 2008

ficções da vida 5

já tinha mandado o kebab para o caneco, não me tinham ligado a dizer nada, já estava de volta à grande saga do curriculum, eis que me toca o telefone para marcar mais uma entrevista, lá vou eu, feito velho gaiteiro, armado aos cucos para a tal entrevista, já sem medo nenhum, nem nervos nem nada, tal é o hábito... chego, preencho o formulário com as questões já conhecidas, até vou bem disposto, embora tenha dormido pouco. chego lá, tudo muito simpático, papel para a mão, caneta para escrever, vai de preencher as questões colocadas. entro para a sala do entrevistador, tipo simpático, pergunta-me se sei que estilo de empresa é aquela, eu respondo que sim, pergunta-me se eu tenho disponibilidade para sair de casa uma semana por mês, torço um bocado o nariz... esta de sair de casa... então no estado em que está o mundo, ainda me levam aí para uma casa no campo das que tem uma clínica montada na cave e me tiram os orgãos, ou me dão a comer aos crocodilos dos esgotos, este tipo de mitos urbanos de que eu tenho uma cagufa tremenda... mas enfim, lá lhe digo que até pode ser, que sim, que até sou capaz de sair de casa. fala-me um bocado das cenas, pergunta-me se eu estou a trabalhar, eu digo que sim, se eu quero deixar o emprego, eu digo que por enquanto não, o gajo pergunta-me se no emprego que tenho tenho a Segurança Social em dia... eu digo que sim. torce ele o nariz... diz-me que sendo assim que não dá... houve um clarão na minha cabeça! será que todas as portas que se me têm batido na cara têm essa reacção por causa da Segurança Social??? cum catano!!! preciso de reflectir... dizemos adeus com toda a simpatia do mundo, saio, saco do cartão do Bicing, que foi das poucas coisas com que fiquei depois daquela história com a holandesa e com o pai, agarro numa bicla e pedalo para reflectir e para ir para outro lugar. passo em frente à Sagrada Família, está um sol altamente, bom tempo. preciso de reflectir. reflectir é muitas vezes uma forma escondida de fazer nenhum, o pessoal reflecte quando está de ressaca ou depois de ter feito cagada da grossa ou depois de ter sofrido cagada da grossa ou de vez em quando... eu detesto reflectir. mas neste momento precisava mesmo de fechar a cabeça para balanço. será que tinha de optar? mas eu gosto tanto do restaurante onde trabalho. para resolver questões na cabeça e não cair no meu vício de avestruz que é enfiar a cabeça na areia nas alturas decisivas, fui até à praia levar com sol nas ventas e fumar uns cigarros, tudo isto era o cenário perfeito para reflectir. lá ia eu na bicicleta a falar com os botões e com o ar. não estava mesmo nada preparado para essa revelação... eu nunca tive jeito nem paciência para essas coisas das Finanças e leis do trabalho e Seguranças Sociais... mas aquilo foi um treco lareco na minha cabeça... porra, se tivesse sido contabilista com esta não me apanhavam desprevenido!!! essa é que é essa!!! lá fui eu reflectir até à praia. montado na bicla, vento na cara, sol na cabeça, deixo a bicla numa paragem, a inevitável cervezabeer, tiro as chinelas, ando pela areia, sento-me de frente para o mar, lá estou eu a reflectir. ao lado uns putos brincam feitos papalvos. ali estou eu, feito papalvo também, na minha reflexão, quando dou de caras com a porca da Rita que me tinha surripiado o cervejum no balcão no fim de semana!!! tinha na minha cabeça que eu e essa Rita cá havíamos de ajustar as nossas contas, arregaço as mangas, chego ao pé dela, digo-lhe então, lembras-te de mim sua grande estrunfa?, ela diz que não, claro, deve sacar o cervejum a tantos que já deve ser tudo igual! bem, ali estou eu com conversa para aqui, conversa para ali, quando penso porra, tenho de reflectir e não posso estar aqui a gastar o meu tempo com esta estrunfina, passo imediatamente à acção, dou-lhe uma surra nas ventas, deixo-a estendida sem sentidos, tapo-a com a toalha de praia porque não quero que ela apanhe nenhum escaldão, vou para outro lado com o sentimento de dever cumprido, cervejum nunca mais sacas sua estrunfa!!! lá me sento um pouco mais longe, a reflectir, que era para isso que ali estava. ouço uma ambulância ao longe, olho, estão a levar a Ritinha, coitadinha... se eu bebesse Coca-Cola de certeza que não tinha sido assim... enfim... que tenha umas melhoras rápidas e, já agora, que corte aquele cabelo ensevelado. bem, reflicto, penso um bocadinho, começo a deitar fumo porque a falta de hábito e a capacidade não ajudam, penso, penso, cervezabeer, penso mais, penso ainda mais, cervezabeer, cervezabeer, penso, cervezabeer, cervezabeer, cervezabeer, cervezabeer, cervezabeer, cervezabeer, o sol nas ventas, cervezabeer, esqueci-me de pensar mais, deixei-me dormir ali. acordo com um chuto nos tomates, mando um ai jesus fininho, estou bem tramado, é o namorado da Rita... agora não por favor, digo-lhe eu, deixa-me dormir só mais um bocadinho... ele deixa. acordo mais calmamente e ele ali está a dar na cervezabeer e a chorar como um desalmado!!! eu que detesto ver pessoas a chorar, dou-lhe umas palmadas nas costas e digo-lhe o nosso habitual pronto já passou, quando a verdade é que na maior parte das vezes não passou coisa nenhuma. bem, se o gajo não tivesse sido compreensivo e não me tivesse deixado dormir... se tivesse entrado numa de violência... eu estava bem tramado, o gajo era o porteiro da disco onde a Ritinha trabalhava... ui ui ui, que malha que eu levava... mas por sorte calhou-me um musculado sensível... não foi mau... levantamos o rabo da areia, digo-lhe que a melhor maneira de aliviar o stress, uma delas, é andar de bicicleta!!! ele também acha. lá vou eu cambaleante para o Bicing, atordoado, o músculo andante despede-se de mim, chama uns nomes feios à sua Ritinha, que eu nem percebi, era na língua deles, monta-se na bicla, ele era tão forte que os pneus vão um bocado abaixo!!! é para verem a malha que eu podia ter levado!!! lá me monto eu na bicla e vou a fazer s's pelo caminho. não reflecti muito nessa tarde, mas de qualquer maneira... não é coisa que goste muito... bem, a conclusão a que chego é que tenho de continuar a entregar o caneco do curriculum... é assim... algum há-de vir... e se a Ritinha não melhorar sempre posso oferecer-me para sacar as garrafas cheias de cervejum. sempre é uma maneira de fazer os clientes beber mais... há uns que bebem tantas que já nem se lembram do que aconteceu à garrafa!!! esse é um bom trabalho. se me perguntassem então o que fazes? eu diria triunfalmente saco cervejum!!!, isto tinha uma pinta do caraças, acho eu, tinha ou não tinha?

segunda-feira, 12 de maio de 2008

homenagem do dia

este é o tipo de imagem que não é muito normal neste blog... mas realmente não podia deixar passar este momento sem fazer a respectiva homenagem a um dos melhores jogadores de futebol que Portugal alguma vez teve. independentemente do meu sportinguismo crónico... e deste senhor ser benfiquista crónico... tiro-lhe o chapéu, faço-lhe a vénia. senhor Rui Costa, jogador cheio de classe, sem medo de chorar, com a pastilha elástica constante, que transformou alguns momentos de futebol em dança pura. o futebol português fica obviamente mais pobre mas a história está escrita e há momentos para tudo. boa sorte para o futuro. o Benfica ganha um grande homem. eu acredito que ele devia tornar-se treinador... a ver vamos...

desabafos e pseudo-diário

hoje aqui é feriado, não sei de quê. aqui parece que há mais feriados. ontem saí, Sintetics, tecnalhada a abrir, espaço giro, BeCool. antes disso umas marufas leopardas num espaço vermelho onde a música começava sempre com um arrancão ensurdecedor, marufas leopardas, seriam reais??? aqui há muita coisa construída de novo. como não estava a chover e o pessoal já estava a ressacar de não ter vivido o fim-de-semana, ontem as ruas estavam pejadinhas de gente. deixem-me aqui falar nas marufas leopardas outra vez. há marufas e há marufas, há marufas marufas e há marufas sobre as quais é possível discorrer teoricamente, estas eram dessas. cervejum, nada de cervezabeer, cervejum mesmo, marca patrocinadora de festivais e tudo!!! ainda tenho uma borbulha enervante dentro do nariz. bem, das marufas leopardas alguma história se há-de inventar... entretanto, Sintetics, Clara nos pratos, tecno ligeiro, pinta, música agradável para dar ao pé e ao copo, giro, é fixe mulheres a passar música, têm um cuidado diferente dos homens nas passagens, eu curto. e para dar o exemplo do outro lado, a seguir entra um rufia com um estalo do caneco e agarra-se aos pratos sem dó nem piedade, eu até curto dj's rufias, e rufias com ar de queques que é o caso dos Concorrências gigantes!!! hehehe!!! mas este rufia aqui, ainda nem estavam as pessoas preparadas e zumba lá vai de meter graves e batidas estremecedoras!!! o sacanão!!! é que ainda ninguém estava preparado!!! bruto. enfim... mas até gostei... problema dos problemas: Rita, assim lhe chamei eu!!! empregada do balcão da sala de cima da música dita alternativa, que aqui se confunde muito com Pop espanhol!!! bem, Rita, lá bebemos um copo no seu balcão, cervejum, poiso a garrafa no balcão ainda com quase metade, vejo-a levar a garrafa e deitar fora o resto, digo-lhe que me levou a garrafa e ela diz-me que não!!! a porca!!! e eu vi-a!!! ela acabou de me levar a garrafa!!! pensei logo, não vou discutir mais contigo, mas vais ter direito a uma história no blog!!! e vai mesmo. quando aqui aparecer no Ficções da Vida uma miúda chamada Rita... já sabem que é esta gaja do bar que não vale nada. onde é que está a cena do cliente ter sempre razão? e ainda por cima com razão mesmo!!! enfim, mas também não foi a gaja que estragou a noite!!!

o que deve ter estragado a noite a muitos foi o Benfica não ir à Liga dos Campeões!!! hehehe

domingo, 11 de maio de 2008

ficções da vida 4

quando andava na primária parecia um puto escanzelado que não tinha alternativas de futuro, sempre encostado às paredes, com uma mochila/carteira das quadradas que tapava as costas e ainda saía um bocado para fora, era tão grande e ele tão pequeno que pareciam umas asas. toda a gente conhece a malvadez dos putos... começaram a chamar-lhe Estorninho, porque parecia um passarinho pequeno e outras justificações... o nome pegou e lá ficou ele o Estorninho!!! ele não era de todo mau aluno e lá fez a primária com bastante à vontade... foi então para a Preparatória, onde as coisas começaram a vacilar mas mesmo assim sem problemas, já aí se começava a sentir uma certa distância que Estorninho sentia pelos outros. a Preparatória lá passou... Secundária a seguir... o mundo realmente novo, Estorninho sentia-se maior no meio daquela gente, sentia-se igual aos mais velhos, já não tinha aquela mochila/carteira horrível, etc... Estorninho sempre gostou de música, isso era bom, começou a vestir-se de preto, as manias dos adolescentes, e com o preto vieram as borbulhas, como os adolescentes também não são nada flor que se cheire... começaram a chamar-lhe Estorninho Varicela... cum catano... isso já é um nome tramado... mas pronto, os anos iniciais de Secundária passaram num instante, Estorninho começou a escrever poesia, a fazer umas cenas assim fora, era um autêntico rebelde, foi para Artes, começou a vestir-se com cores berrantes, fez uma crista!!! Estorninho Varicela era agora o maior punk do seu bairro, quer dizer, da sua escola... apanhava carraspanas que tocavam no épico, fumava charros até dizer que chega, desenhava bem... Estorninho Varicela!!! nunca o tal, um nome que haveria ainda de fazer tanta coisa... um dia lembrou-se de fazer uma banda para poder cantar os seus poemas. juntou um grupo de jovens que gostavam bastante de uns bons copos, nenhum tocava bem, mas todos tinham vontade de fazer coisas intensas e, acima de tudo, todos gostavam de música rápida!!! era esse o espírito!!! assim criaram os Alegria na Caverna, forma parva de citar a alegoria do outro e dar um nome meio gótico à banda. estavam todos contentes. toca de marcar o primeiro ensaio. ansiedade. no sotão do baterista, todo o equipamento que tinham, todos os intrumentos que cada um tinha, ali estavam todos, nunca se sabia o que seria preciso para um tema, já que era o início e era necessário criar um estilo!!! estilo... era punk, isso já toda a gente sabia, agora com que variações... era o que faltava descobrir. Estorninho era o Vocalist!!! um cargo da maior importância, agora com muitas menos borbulhas e Vocalist era só papar gaijas!!! a sua voz não era de todo má, diga-se a verdade. era uma voz inocente, uma voz reles, uma voz ansiosa. começaram a tocar, que altamente, a magia dos três acordes e vai... Estorninho Varicela a cantar a puxá-la toda! passado uns tempos, como já tinham alguns temas próprios e uma ou duas covers, pensaram que estavam prontos para dar um concerto!!! lá lhes arranjaram um sítio, numa garagem no centro da terra... tudo bem, lá foram eles preparar tudo, depois foram jantar, regaram o jantar com não sei quantas garrafas de vinho mau e digestivos péssimos, a caminho do sítio fumaram um par de charros, chegaram lá e aquilo estava à pinha, gente fora com latas de cerveja na mão, lá dentro tudo cheio, Elvis como música de fundo, tudo estava a correr bem... estavam contentes, nervosos, mas contentes. sobem para o palco com toda a convicção, Estorninho agarra-se ao micro, desatam a tocar como se não houvesse amanhã!!! o público em delírio. o som altíssimo. a música a disparar as convulsões da voz de Estorninho... tudo altamente. acabam. vão beber um copo com os amigos. as miúdas não os largam. Estorninho começa a falar com Lisa, Lisa gosta dele, ele acha piada a Lisa, vão passear, vão para um canto escuro, beijam-se e têm uma daquelas curtes de adolescentes à descoberta. passado um bocado voltam para junto dos outros, Lisa e Estorninho não se largam, estorninho pede a chave do sotão emprestada, vão para o sotão e fazem amor adolescente, diz quem fez que é altamente, fazem amor inocente, Estorninho e Lisa, dois teens apaixonados na noite do grande concerto dos Alegria... está a ser uma noite mágica para Estorninho. passaram-se umas horas, ele leva-a a casa, como assim é, beijam-se muito, trocam palavras românticas, ela entra, ele segue o caminho. senta-se num banco de um jardim, faz um charrito, fuma-o, escreve uma letra para uma canção de amor. aqui começa o declínio!!! no dia a seguir encontra-se com a restante banda e diz-lhes que vão começar a tocar mais lento, algo do estilo baladas e lamechices diversas, os outros gajos torcem um bocado o nariz... lá experimentam. não resulta. Estorninho diz que tem de reflectir. vai para casa, procura no seu guarda-roupa uma nova indumentária, já não se sente bem punk... não tem nada, compra um fato cor-de-rosa, escreve um anúncio no jornal para arranjar músicos novos. arranja. faz uma banda de baladas. muda o seu nome para Tilo, a banda para Magia na Noite!!! nunca mais vê Lisa. assina com uma editora. toca nas romarias todas, fica rico, compra um carro, anda com bué de gaijas, leva-as para a sua vivenda com piscina, começa a meter-se na cocaína, fica agarrado. está lixado. é o fim de Tilo. esbanja a fortuna em cocaína. vende o carro, vende a casa, acaba a banda, só lhe sobra uma gravata desse tempo, enforca-se com ela. ainda hoje se fala do concerto mítico na garagem. Lisa está casada e trabalha num banco, casou-se com o baterista que tem um gabinete de contabilidade perto das Finanças. Tilo era mais feliz Estorninho. Tilo durou pouco.

sábado, 10 de maio de 2008

a chuva... a chuva...

uma semana de chuva!!! Barcelona com chuva é chata. não dá para andar de bicicleta. porra. não dá para andar na rua. tem as mesmas cores do Porto. quase que é desconfortável. nem se vê gente na rua. enfim... é passar...

sexta-feira, 9 de maio de 2008

ficções da vida 3

tinha acordado com outra forma. chamava-se Sandokan. velho rebarbado. porteiro de um colégio de meninas ricas e novinhas. solteirão convicto. ainda a viver na casa da mãe já carcaça. a estoirar todo o dinheiro que aparecia em copos de tinto. o pior maltrapilho que havia na face da terra. velho seboso, cumpridor da missa ao domingo, mas que acreditava tanto naquilo como no que quer que fosse, gostava de encontrar era os seus companheiros do copo no final e dirigir-se com eles ao primeiro balcão que aparecesse para rezar a sua verdadeira oração. Sandokan era o maior exemplo que havia do que eu considero um farrapo. esta aqui que lhe aconteceu é o maior exemplo disso. Sandokan chamava-se Sandokan porque tinha gostado do filme. já podemos passar ao assunto. Sandokan era do Benfica. é normal. em Portugal é quase tudo do Benfica. um dia havia um jogo do Benfica para a Liga dos Campeões com o Barcelona e sabe-se lá com que milagre, Sandokan ganhou um bilhete para a segunda mão em Barcelona com tudo pago!!! lá foi o velhadas seboso de avião, nervoso porque nunca tinha andado, a olhar para as hospedeiras com aquele ar de esfaimado que se conhece aos velhos rebarbados com o toque do vinho... tinha vestido o seu melhor fato, um gorro foleiro com o emblema do clube da Luz, lá vai ele armado aos cucos para Barcelona... chega, Camp Nou, a dizer até os comemos e outras grandes expressões do mundo desportivo, esta merda é nossa, espanhóis do caneco, etc... etc... Barcelona parece um país inteiro para a sua cabeça de bairro. como não conhece ninguém, vai bebendo consigo mesmo, falando consigo mesmo, aturando-se como fosse possível. foi de taxi para o estádio e chegou com bastante tempo de antecedência, uma seca do caneco que tinha de apanhar, o jogo era às 19h 45m... ainda eram 13h... cum catano... disse meia dúzia de palavrões e toca a fazer viagens de circum-navegação em volta do estádio, mas em espiral para ir conhecendo mais um pouco e poder falar com os amigos no regresso para dizer que aquilo é um mundo e patacoadas do estilo... de repente, Sandokan afasta-se um bocadinho da rota... perde-se nuns caminhos... porra, pensa, e agora como é que me arranjo? vê uns miúdos, dirige-se a eles, arranha uma espanholada que não quer dizer nada, diz Barcelona Barcelona futebol futebol, esquece-se de tirar a maldita gorra, os putos são daqueles do boné, estilo os gunas ou os mitras versão Barcelona, sacam da navalha, fazem um círculo à sua volta, obrigam-no a tirar a roupa!!! coitadinho do Sandokan!!! num país desconhecido, sem falar a língua, descascado, com aquela maldita gorra que o desmascarou... que agora era usada apenas para tapar as partes!!! ele há vidas tramadas... nem uma merda de um cigarrito!!! lá andou escondido atrás das árvores, sem coragem de pedir ajuda, a hora do jogo a passar, já quase noite, enfim... a tristeza das tristezas, ele bem sabia que não devia ter saído de Lisboa!!! começa a pensar Sandokan, começa a pensar!!! está ele a ir pela rua deserta, já é noite cerrada, vê um gajo com óculos a beber cervezabeer, toma uma atitude e vai falar-lhe!!! o gajo com óculos olha para ele com toda a tranquilidade, Sandokan com a sua conversa parva Barcelona Barcelona futebol futebol chicos despido ássalto!!! o tipo dos óculos topa que Sandokan é português!!! diz-lhe que também é, saca do sobretudo e passa-lho, Sandokan, o velho, quase que chora, o tipo com os óculos chama uns paquistaneses e pede-lhes duas cervezabeer, ali as bebem. Sandokan vai-se recompondo. o gajo dos óculos é parvo, que fique aqui assente. Sandokan pergunta ao tipo o que há-de fazer, o tipo diz-lhe que o melhor é ir à policia... andam um pouco e vêem uma carrinha deles, o tipo chama-os, Sandokan vai com eles depois do tipo dos óculos lhes explicar a situação. Sandokan tem agora um sobretudo vestido, está mais confortável. a policia lá arranja uma maneira de Sandokan voltar para a sua terra. ele volta. chega e enfia-se na casa da mãe. a mãe chegou-lhe a roupa ao pelo e partiu um osso da mão, a idade não perdoa a ninguém. nunca contou esta história a nenhum amigo do copo. o Benfica lá perdeu. não viu nada de Barcelona. ficou com o sobretudo do gajo dos óculos e começou a levá-lo para o emprego. a maldita gorra foi para o lixo. no sobretudo do gajo de óculos estava um porta-chaves do Sporting... espero bem que tenha aprendido a lição...

desabafos, antes que seja tarde...

como já devem ter reparado os ilustres visitantes deste blog farrapo, tenho andado para aqui a escrever umas histórias pseudo-românticas-rocambolescas-passadas-aventureiras-etc... estas histórias são a mais pura das ficções, nada disto se passou. ando a experimentar uma espécie de escrita diferente, por acaso o personagem pode ter umas semelhanças comigo, porque tem o meu nome e vive no meu contexto... mas é tudo aldrabada... mesmo, e que isto fique bem claro. é aldrabada. a mais pura das aldrabadas. sei que não é habitual que eu escreva assim... mas deixem-me experimentar. e espero não estar a faltar ao respeito a ninguém. portanto a partir de hoje, onde se ler ficções da vida, já sabem que é historieta parva, independentemente do estilo da coisa, já sabem que é historieta parva... é uma rubrica nova deste blog, para não ser sempre exclusivamente diário chato e assim... ok? abraços.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

ficções da vida 2

desde que o meu novo clube perdeu de uma forma brutal com o meu novo anti-clube que nada disto tem sido o mesmo, até o tempo mudou, as ruas estão desertas, as pessoas quase tristes (com uma tristeza que é sempre um pouco alegre porque afinal de contas isto é Barcelona), os cafés e os restaurante vazios... enfim... merda para o Futebol, bem, e já agora, merda também para o kebab, que não me ligaram os sacanas!!! mas onde é que eu ia? ah, já sei, que as ruas estão desertas e não se passa quase nada... pois, mas estava eu a sair do meu restaurante mais giro quando me deparo com um daqueles fenómenos italianos que já muitos de nós temos consciência, não se trata de nenhum carro, trata-se de uma fenómena com um metro e oitenta de altura, pele clara, cabelo castanho um pouco abaixo dos ombros, vestida de uma forma ligeira, nem desportiva nem clássica. penso, porra, que meu deus!!! não estou preparado para isto. há fenómenos que não deveriam ser permitidos, ou então permitidos mas às escondidas, isto não é vida... começa a chover... o destino prega a rasteira de nos metermos os dois debaixo do mesmo alpendre, repito, debaixo do mesmo alpendre!!! chove como o caneco!!! porra. saco de um cigarrito Fortuna, acendo-o, ela olha para o meu cigarro, pede-me um, pede-me fogo, eu dou-lhe. ali ficamos uns segundos de respiração pausada, de suspensão no tempo. os dois debaixo do mesmo alpendre, o vosso narrador farrapo e o fenómeno italiano!!! a língua italiana não me excita minimamente, não vejo particular interessa, acho-a demasiado geométrica cantada, enfim... mas não é que o fenómeno me trauteia um como te chamas? lá lhe digo Pedro, porque é como me chamam aqui, o Fiuza foi-se. ela, Sílvia. as apresentações estão feitas. assim é que é, temos desenvoltura!!! lá continuamos na cigarrada mas meio em silêncio, cortado por uns risos tensos que se soltam de vez em quando para aliviar. acabamos o cigarro quase ao mesmo tempo. continua a chover. eu pergunto-lhe se ela quer um café. ela diz-me que sim. eu digo-lhe que o meu patrão tem um café ali perto que até é giro e tal... ela, altamente, lá vamos arranhando uma conversa em castelhano, vamos rindo, chegamos ao café, ocupamos uma mesa. eu peço um solo, ela pede um curto com água quente à parte para misturar, diz que gosta de café fraco, falamos um pouco sobre a merda do café de Espanha, somos os dois de países onde há o culto do café, Portugal e Itália!!! ali estamos, falamos de música e da vida, ela diz-me que é arquitecta mas que está a fazer uma pausa, que precisava de pensar na vida, que precisava de viver, eu digo-lhe que estou mais ou menos nas mesmas condições. os olhos dela deixam-me nervoso e não deixo de olhar para a sua boca. começo a sentir-me parvo. Sílvia Sílvia, quem és tu??? o diabo feito gente!!! já não chove, vamos para a rua, pergunto-lhe o que quer fazer, ela quer passear, encontramos os paquistaneses com a inevitável cervezabeer, zumba, cervejas na mão, Barcelona fora, descemos o Passeig de Gracia, comentamos as montras, as casas do Gaudi, as cenas que para ali há. chegamos à Praça da Catalunha, pergunto-lhe onde vive, ela diz-me que vive no Raval, eu digo-lhe que vivo no Arco do Triunfo, ela diz-me que a casa dela é mais perto e que tem uma garrafa de vinho tinto... devo ter rezado uns padres nossos porque fiquei bastante nervoso, já estava a ver o que estava para acontecer!!! qual quê??? nem metade imaginei!!! chegamos a casa dela, é num último andar e tem uma terrassa altamente, casa com pouca coisa, tons claros, móveis IKEA, como toda a gente nova... diz-me para eu me sentar, eu sento-me, ela abre o vinho, ri-se sozinha, serve os dois copos, brindamos, ela bebe, eu bebo, toque para aqui, toque para ali, ela diz que há uma maneira de ver se o vinho é bom, eu pergunto que maneira é essa, ela beija-me de uma maneira que me deixa quase zonzo... tens razão, o vinho é mesmo bom, penso eu... ela diz que sim, que o vinho é bom, espectacular, estamos em sintonia. passamos da mesa para o sofá, pergunta-me se gosto de jazz, digo-lhe que nem por isso mas que não me faz doer a cabeça!!! mandei uma piada má... enfim... faz parte... ela agarra num Chet Baker, toca a tocar, senta-se ao meu lado, agarra-me no copo, põe o copo ao lado do copo dela em cima da mesa de vidro, beija-me, ri-se, beija-me, ri-se mais, faz-me festas no cabelo, fala-me baixinho, falamos devagar, damos beijos cada vez maiores, tiramos as roupas, fazemos amor no sofá ao som do My Funny Valentine, foi bonito, ela vai buscar uma manta, ali ficamos os dois. liga a televisão e vemos o Buenafuente e o Chiki Chiki. fazemos amor outra vez. e ali ficamos acordados a trocar carícias. acordamos cedo com a luz do Sol a bater na cara. abraçamo-nos. pergunto-lhe se posso fazer o pequeno-almoço, ela diz que sim. faço. ela tem uma cafeteira das que eu gosto, dá para fazer um daqueles cafés de casa, que bom, mais umas torradas... ai... que boas vidas... olhamos um para o outro, nem acreditamos, rimos, voltamos a beijar-nos, voltamos a fazer amor, iluminados pelo dia, com uma luz disfarçada de dia de névoa, gritamo-nos juntos. caímos para o lado. digo-lhe para ir tomar banho, que vamos passear, lavo a loiça, ela volta já pronta, dá-me um beijo na parte de trás do pescoço, gosto, vamos para a rua, ela trás uma máquina, tiramos fotografias um ao outro. parecemos crianças apaixonadas. tenho de ir a casa. tomar banho, vestir roupa lavada, tenho trabalho à noite, vou, ela dá-me o número para eu lhe ligar... a ver... não pode ir depressa de mais e em alhadas não me quero meter, mas depois do trabalho vou ter com ela.

já sabem que tudo isto é uma aldrabada ficcional e que nada disto é verdade. ainda que experimente usar-me como personagem nestas aventuras, posso garantir mesmo que nada disto é real. a tal de Sílvia é uma peta. isto são só historias parvas.

ficções da vida 1

do tal kebab ainda não disseram nada o que obviamente me deixa nervoso e sem paciência, custa-me dormir, isto assim é tramado. como não quer a coisa e precisa de acalmar... ontem este vosso mânfio foi até à praia desbundar a paisagem e o que quer que surgisse que pudesse fazer esquecer a arrelia do rolo de carne em volta da resistência que teima em não ligar!!! a praia aqui é gira, não é uma praia de um paraíso natural, é uma praia de um paraíso urbano!!! tem as máfias urbanas todas, vendem-se desde massagens a cervezabeer, enfim... vale tudo!!! mas o que mais me encheu o olho nesta tarde ensolarada foi uma chica que já não era chica nenhuma, uma espanhola estrangeira da Holanda, que se chamava Suzanne como a música do Leonard Cohen, altamente, pensou logo este vosso narrador farrapo, enquanto pensava nas milhentas possibilidades de ataque ao osso enquanto se transformava numa espécie de cão sarnoso e vagabundo do pior, enfim, isto para explicar a baba que escorria... esqueçam esta descrição. a tal Suzie lá jogava com o seu irmanito a uma parvoíce daquelas que nem lembram ao diabo, o jogo do bola para ti e bola para mim, ora eu começo a reparar atentamente no jogo mas ela pensa que eu a miro a ela, traz um vestido que mal se vê... mas eu estava a olhar era para o jogo, para aquela coisa com regras simples, para aquela parvoíce autentica. ela, sobe-lhe não sei o quê à cabeça e deve começar a acreditar que tem hipóteses de jogo comigo, começa a subir a saia de uma maneira quase parva, começa a apanhar a bola do chão repetidamente com umas posições que só pode ter aprendido em revistas, e nos entretantos vai olhando para mim como se perguntasse então? curtes? mordes, cão? este estilo de coisas que é fácil de imaginar. passa mais um cervezabeer e pára e segue. eu vou mirando mais atentamente o jogo dela, porque é ela que está a jogar, eu e o irmanito somos meros acessórios para a sua vaidade, vou-me rindo feito parvo da situação e ela pensa que eu me estou a rir para ela, curte a cena, vai insistindo e subindo o nível da provocação, até chegar a posições que é mesmo de descaramento... o seu irmão farta-se da situação e raspa-se dali para fora, ela vai atrás, eu ali fico a olhar para o mar. ali estou eu a olhar para o mar, para as figuras tristes de um gajo que para ali estava a tentar fazer wind surf mas que o melhor que tinha a fazer era dedicar-se à bilharada ou ao torneio da sueca, que farrapo ainda maior do que eu que já me estava a enervar!!! bem, mas ela volta com o seu irmanito e voltam a colocar-se estrategicamente na minha frente, ela ri-se, é descarada como nunca tinha visto nada assim, e só pensei que na adolescência as coisas poderiam ter sido diferentes se não tivessem sido na terrinha parvónia... enfim... mas o caso está que agora começo a enervar-me triplamente!!! o kebab silencioso, o tipo que deveria estar numa sala de bilhar, a chica Suzie que não me deixa estar ali relaxado!!! penso tenho de tomar uma atitude!!! se tivesse uma navalha furava-lhes a bola, não, não faria isso... levanto-me, dirijo-me a ela com uma atitude macha e pergunto-lhe esse rapaz é o teu namorado? já sabia que não, a diferença de tamanhos era óbvia, era só para meter conversa... ela diz que não, que é o irmão, penso cá dentro que isso era óbvio e ela nem precisava de responder, mas ficou a piada e o contacto inicial, o irmão vai-se embora, nós abancamos ao pé da minha mochila (que por acaso está com o fecho estragado), fumamos uns cigarritos, passam diversos cervezabeer que param e vão, deixando o que têm a deixar. ali estamos na conversa. ela vai olhando para mim com um ar que me mete medo, como se pensasse que me iria dar uma sova!!! sei lá, este pessoal estrangeiro... eu vejo as notícias e sei que os estrangeiros são capazes de coisas do arco da velha!!! para ali estamos, alegres, bem dispostos, divertidos, com cervezabeer, o tempo vai passando, vamos cruzando coisas, a praia vai ficando deserta... passado um pouco, ela empurra-me e deita-me na areia, escarrapancha-se em cima de mim, com uns golpes de karaté fez uma coisa que ainda não percebi, olha para mim, viola-me em frente a toda a gente que não é gente nenhuma porque a praia está deserta!!! fónix!!! o descaramento da miúda!!! então isto é assim??? já está escuro, ela agarra-me, aperta-me as calças, levanta-me e leva-me a jantar. eu estou tão envergonhado que nem consigo olhar para ela, escolhe a comida para os dois, serve-me o prato, compra-me uma rosa. só pode estar a gozar comigo!!! porra, eu detesto as rosas nos restaurantes!!! não me deixa pagar porque diz que eu sou o cão dela!!! isso é tramado... cão, nunca!!! rato, porco-espinho, lesma, mosca... vá que não vá... mas esta do cão, tipo caniche??? detesto!!! mas enfim, lá vamos para a rua, ela começa a apanhar seca e diz que quer ir para um hotel, já estou a ver o filme, agora saiu-me uma louca na rifa, o que raio irei fazer??? lá vamos para um hotel ali no centro, chegamos ao quarto, ela despe-me e despe-se a ela, mete-me na banheira e começa a lavar-me, entra e diz para eu lhe esfregar as costas, esfrego claro não quero levar nas ventas, pede outras coisas que eu aqui não escrevo porque isto é um blog decente, acabamos, vamos para a cama ela vira-me, senta-se em cima de mim e começa a fazer-me uma daquelas massagens, penso que assim vale a pena ser cão, destas nunca me tinham feito, que altamente, isso, carrega aí, faz aí, ela sabe, ela sabe!!! já estou eu mais do que relaxado, já nem kebab nem nada, ela desata nuns preparos dignos das melhores cenas eróticas do David Lynch, a noite é grande... muita coisa se passa no tamanho de uma noite. não me lembro de me deixar dormir... acordo com um sarrabulho do caneco, todo nu, deitado na cama, coberto com um lençol, com ela a chorar e o pai a mandar vir!!! meu deus, onde é que me meti??? o pai senta-se na cama e passa-me um cigarro, até aqui tudo bem, diz-me que a filha gostou muito de mim e que querem levar-me lá para a terra deles... o pai é um gigante e cada braço dele são duas pernas minhas, está calmo mas nunca se sabe... eu digo-lhe que não posso ir, que estou à espera de uma resposta de um kebab e tal e coiso... o pai saca de uma navalha e encosta-ma na pila, mas continua calmo, o que é formidável, e como ele está calmo eu também estou, e apesar de ter uma navalha encostada à pila ainda fumo o meu cigarro tranquilamente... enfim... também se a cortarem e a derem aos cães o máximo que pode acontecer é passar a falar mais fininho e a fazer xixi sentado!!! se quer cortar que corte, eu para a terra deles não vou... então... estou aqui há tão pouco tempo... olha agora ir-me embora por causa de uma navalha!? ná... digo-lhe que tenho de fazer xixi, que preciso de ir à casa de banho, ele deixa mas fica de vigia, a casa de banho tem uma janelita onde mal caibo, mas mesmo assim tenho de fugir dali, passo pela janela, faço um exercício de escalada dos que só tinha visto em filmes de acção, ele começa a bater na porta, eu dou um tralho do caneco quando estou quase a chegar ao chão, desato a correr e a sangrar da perna!!! estou em tronco nu mas tenho as calças vestidas, saco do cartão do Bicing e é pedalar para salvar a vida, chego a casa, tranco a porta, fecho as janelas todas, fumo um cigarrito, a perna dói-me até dizer que chega. porra, logo hoje que tenho de ir trabalhar... enfim... se os gajos do kebab tivessem ligado nada disto tinha acontecido... que porra, não volto a olhar para jogos parvos na praia de pessoas que não conheço, vai ser tramado andar hoje de bicicleta e espero bem que o restaurante tenha pouca gente... nunca o tal... ele há com cada uma... está bem que já me tinham avisado que em Barcelona tudo era possível, mas sem estes exageros... por amor de deus...

qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência, uma ilusão provocada pelo escritor desta porcaria, que por acaso sou eu. as personagens, ainda que seja possível que existam, são uma mera trapalhada, ainda que Suzie e o farrapo do wind surf sejam bem reais, toda a envolvência escrita é a mais pura das ficções.