domingo, 29 de junho de 2008

aquela história de não ser de ferro... pois...

adoeci, fraquinho, sem força nas canetas.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

www.myspace.com/artunknown

quarta-feira, 25 de junho de 2008

correcção do ponto de situação

para também não pensarem que ando aqui a morrer. que um gajo aguenta-se à bronca e isto é carne de cão. já me desincharam os pés e já dormi bastante. nada como uma boa noite de sono. ó pá, aquele texto de ontem... estava um bocado enervado, acontece... mas é compreensível, um gajo é carne de cão mas não é de ferro, há dias assim. e as distâncias já se sabe como é... mas trabalhar não mete medo, nunca meteu, o corpo é que se vai alterando... mas é assim que tem de ser. bem, está dito, estou cansado mas rijo e aguento-me à bronca. abraços aos que contam. ainda nos havemos de rir disto, espero eu... hahaha

terça-feira, 24 de junho de 2008

ponto de situação

é um registo das coisas. algumas são reais, outras são roubos de imagens que não querem ser reais. começo pelas pernas gastas, passo pelo registo do ritmo, o cansaço, a película sobre a pele, o peso morto sobre os pés que não se podem parar. lugar sem língua, lugar sem sono. choques entre corpos. procurar o que não existe e se sabe previamente. inventar um tempo para viver. roubar ao tempo da vida o tempo para viver. a rua. os lugares. as pessoas. a festa com o ruído. num jardim uma mulher chupa um homem com a violência do mundo. sem ser um ritual. vais num jardim e uma mulher chupa um homem. depois pára e agarra-o com as mãos. despacha o acontecimento. são cinco euros, aqui a rasteira da explosão custa cinco euros. dou por mim a pensar que é o mesmo que eu ganho numa hora. é uma coincidência e nada mais. uma coincidência num preço num trabalho igualmente porco. seguem o caminho. nunca se amaram. ela limpa-se. ele veste-se. nada mais. estado do mundo. amanhã será outro dia. ela continuará a chupar, ele não importa, eu também continuarei a chupar, na minha maneira permissiva das coisas. na verdade, eu estava ali a chupar com ela. também eu limpei a boca. também eu me troco por um milagre qualquer que teima em não aparecer. não me estou a incluir na situação. eu sou a situação. eu obriguei-me a desviar o olhar. uma paisagem de fogo que não tem fumo. rumo. dormir pouco e ouvir ameaças de sanções. nervos. falar alto no trabalho. muitas horas seguidas e sem ninguém. mas que trabalho? uma inutilidade do mundo, uma injecção constante de pressão, medo e culpa. como se os que chupam tivessem alguma culpa. como se os cinco euros tivessem algum peso real. têm o fictício da explosão. é assim. e depois as viagens. e os pés que já só pedem para ser cortados. a cabeça aguenta. a cabeça pensa no vazio enquanto chupa, só o corpo é que se movimenta. chega deste assunto. estou exausto e enervado como nunca. os olhos já me rebentaram e eu consolei-me com o tem de ser. engano-me com o tabaco. estou longe dos braços. estou mais magro. estou sujo. cheiro mal. desliguei-me. não sei se vou ser capaz. é ver. espero não cair. não suporto o imaginário em que me movo. preciso de cortar o cabelo. vou deitar umas sapatilhas para o lixo. o meu telefone toca pouco. estou cansado. custa-me respirar. sempre ansioso. estou mesmo mesmo a cheirar mal. trabalhar no vazio. máquinas com números e apitos. infiltram-se na cabeça. escrever para limpar. farto de comer fritos. quero os braços que não tenho. não sei o que diga... é aguentar...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

este foi-se, outros virão.


infelizmente o Euro acabou para nós. com a Alemanha do costume tramado. é sempre assim, Alemanha e Itália, as equipas do jogo frio, do erro do adversário... é pena porque a nossa podia ter ido mais longe... mas estamos já tão acostumados às nossas vitórias morais... a verdade é que perdemos. também esta era uma equipa em renovação, em fim de ciclo, com os filmes do costume com as especulações dos jogadores, desta vez até com o filme da despedida do seleccionador... enfim... uma coisa provou-se: temos equipa. temos sempre equipa. não fossem eles a nossa cara... mas são e nós vamos defendê-los até à última. fica-se à espera do Mundial. fica-se à espera do novo seleccionador. fica-se à espera do próximo campeonato, das ligas dos campeões, das taças uefas, dos jogadores portugueses que andam por aí um pouco por todo o lado e que podemos dizer sem exageros que são os melhores do mundo. perdemos, sim senhor, mas estamos aqui, continuamos a dar cartas e a procurar o jogo perfeito.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

a tristeza amarga e amedrontada do PSD

acabei agora de ler um comunicado divulgado pelo PSD da nossa terrinha onde se manifesta já a posição em relação à candidatura do Dr. António Leal Salvado. é notoriamente um texto de medo. é notoriamente um texto de desviamento das atenções para a muita da porcaria que foi feita. quando o PSD fala da obra com o impacte social gigantesco na vida das pessoas não deve estar a ver a porcaria de infra-estruturas que pariu por ali fora, a Moagem é uma nulidade, a Praça é um contentor de tristeza, o Centro Cívico nem há palavras!!! ora, como é possível defender uma estratégia que assenta na obra errada, na obra inútil, na obra por pensar? eu, que também fui um apoiante do senhor Manel Frexes, que cheguei a uma altura em que só o seu nome me enerva, compreendo perfeitamente a posição do Dr. Salvado em relação à política nula ou experimental que vem sendo praticada. e como nós há muitos fundanenses que acreditaram mas que chegaram a um ponto em que descobriram o que na verdade essa política implicava. gostaria de perguntar ao PSD: o Fundão tornou-se referência de quê? falam de referência a nível nacional!!! mas referência de quê? é que o lado propagandista do não dizer nada é um truque muito barato, estes seis anos foram um bom exemplo disso mesmo. talvez esses senhores jovens licenciados que se sentiram mordidos nos calcanhares sejam os mesmos que escreveram o comunicado, talvez estejam já com o nervoso miudinho de perderem o poleiro ganho às custas da política do espreita por cima dos ombros do poderzinho barato do senhor Manel!!! e há uma pergunta que também merece ser feita aos meninos do PSD, que motivos podem levar o senhor Manel a candidatar-se? só se forem os ordenados, é que o senhor Manel passa tão pouco tempo no Fundão que nem percebo bem as motivações ou os sentimentos em relação à terra. sinceramente, as únicas coisas que apareceram nestes seis anos e tal foram uns mamarrachos inúteis e demasiado caros. só os meninos que foram trabalhar para a Câmara é que se fixaram no concelho, só os filhos dos tais é que se fixaram no concelho, só as juventudes partidárias é que se fixaram no concelho. neste comunicado o PSD faz uma coisa bem, cria um alarido monumental com uma peta reles e arranja maneira de se esquivar a um debate sério. porque também pergunto: o facto de o PSD usar a cara do senhor Manel não é de uma tristeza política saloia do grande nome do político profissional? não são estes seis anos e meio igualmente uns anos de história negra do nosso concelho? que passos radicais houve? talvez a proposta do deitar abaixo para construir de novo não fosse assim tão má... o que vale é uma coisa, o PSD vai cair, já todos sabem disso, estes comunicados são uma forma de desvio de atenção, são uma protecção contra o mal que já está instalado. o PSD fez coisas que não podia fazer, cometeu uma obra que não serve, agora estará na altura de pagar pelos actos insuportáveis do seu triunfo porco. também faço aqui uma pergunta, outra: as caras do PSD serão as mesmas? o caso do senhor Paulo Fernandes? o caso do senhor vereador Henrique? o caso pornográfico do senhor Manel? é que se forem acho que o PSD precisa de uma reflexão intensa porque parece sofrer de uma inconsciência atroz em relação ao mundo em que vive. é normal. infelizmente. por isso estamos como estamos. muitas coisas há ainda para dizer. obrigado PSD por me teres mantido na terra. obrigado PSD por tornares o Fundão numa referência do vazio. obrigado PSD por provares que és absurdo. se tudo correr como é justo outros dias serão melhores. sabes qual é o problema PSD? é que neste momento somos muitos a reverem-se na alternativa, isto digo com orgulho. não estou assim tão errado. o meu voto está entregue.

terça-feira, 17 de junho de 2008

mensagem 101

festa da cereja, a barracada da animação

PÃO E CIRCO!!! HAJA PÃO E CIRCO PARA ENGANAR A FOME E FORÇAR O ESQUECIMENTO!!! pelos vistos, a animação na Festa da Cereja foi terrível, pergunto: este facto é novidade para alguém? como é que é possível que o Pelouro da Cultura da Câmara do Fundão continue a apostar em coisas que têm uma qualidade bastante duvidosa? ou, que mesmo tendo uma qualidade assegurada, tenham um carácter tão insistentemente repetitivo? será que há reflexão ou análise no Gabinete Cultural? não estaremos nós a assistir mais ou menos passivamente ao exagero de um programador déspota do vazio? que insiste na tecla que tem mais à mão? o caso do senhor Paulo Fernandes é ainda mais raro, eu tenho o senhor Paulo Fernandes como um senhor de um gosto requintado, alguém me explica porque é que quando se trata de criar acontecimentos o senhor Paulo Fernandes cai nesta estética pacóvia do performance-saloiismo? na animação de rua que não é mais do que uma exibição freak da cultura mal cheirosa??? e porquê esta insistência? será que já sentem que estão nas últimas e que não há mais nada a fazer? será que acreditam, será que gostam da porcaria de cultura que tanto apregoam na imprensa? o caso do senhor Miguel Rainha não é menos raro, também tenho esse senhor como alguém com um gosto requintado e inteligente e com boas referências, mas alguém me explica porque é que quando se trata de programar se caia nesta tecla? neste micro grupo de gente que são vários grupos? que seca!!!
é essa a proposta cultural que os senhores têm para o concelho? é que essa proposta já ninguém a quer. CULTURA É ACÇÃO! CULTURA É DESENVOLVIMENTO! os senhores caíram no falcatruismo da treta. no enche o olhar com sacanice. descobriram a fórmula das tasquinhas, é sem dúvida uma fórmula que funciona, mas o outro lado não existe. a cultura não é só convívio. os senhores estão a baldar-se às vossas responsabilidades. o senhor Miguel Rainha devia devia demitir-se antes do final do mandato. a Moagem é uma treta. os senhores que defendiam que o Fundão deveria tornar-se numa referência a nível cultural, revelaram-se os maiores na propaganda mas os mais pequenos no sumo. o Fundão que estava ferido, com os senhores pode ter perdido definitivamente a hipótese da cura. os senhores não pensam. os senhores não agem. os senhores não acreditam. o Fundão passa-vos ao lado. a importância das pessoas para os senhores é a importância de uma cruz num papel e de um papel numa urna. a urna que vos deu a vitória é a urna dos mortos. os senhores são boas pessoas mas são uns políticos horrendos. os senhores são nada. os senhores vão ser esquecidos. os senhores são executantes perfeitos da teoria cultural da direita. os senhores são mais cartazes do que espectáculos. os senhores não são espectáculos. os senhores não são construtores de magia. os senhores não sabem. essa é a verdade, os senhores não sabem. os senhores pertencem à ESTE!!! hahahaha com esta piada sem graça acabo este texto chato. outros dias se aproximam. lavagens bastantes.

domingo, 15 de junho de 2008

pude ver o jogo, mas que jogo?

é pá!!! então perdem logo o único jogo que eu posso ver??? que bela seca que apanhei!!! nunca o tal... que porcaria... fiquei enervado. o euro a passar-me ao lado. espero bem que ganhem à Alemanha. eu não vou ver. seca. este de hoje não o perdoo. uma seca. a dormir na sombra. futebol feio.

não sentes falta?

bem, já que este blog vem assumindo o seu carácter seca... ontem no restaurente apanhei uma actriz famosa cá deles... conversa puxa conversa lá chegámos à conclusão que éramos colegas de profissão... ela pergunta-me o que estou eu ali a fazer, eu repondo que a trabalhar, que estou numa pausa do teatro e tal e coiso... atira-me com a pergunta fatal do e não sentes falta? lá lhe respondo que não para manter as aparências e para não rebentar ali no vale da molha. penso: se não sinto a falta do teatro??? fónix! não sinto eu outra coisa!!! mas que teatro? sinto realmente a falta do teatro, é óbvio, sou actor, é o que eu sei fazer, é o que eu faço, o teatro é a minha vida, mas se prefiro estar a lavar pratos do que a engolir sapos e a sentir vergonha e a estar desapaixonado pelo meu trabalho? claro que prefiro, é bem melhor. ainda acredito que o teatro há-de voltar, mas preciso de me apaixonar. ainda não me tinham feito esta pergunta nunca. espero bem que não a façam, e se fizerem... que não seja um actor manhoso a fazê-la porque corre o risco de levar um banano na focinheira que até anda de lado!!! o teatro está ocupado, esta é a verdade, em não sei quantos há muito poucos que se aproveitam. é o caneco mas é assim... no nosso Fundão temos a companhia mais fútil que algum dia existiu na face da terra, não é de estranhar, também temos a máquina camarária mais triste e parva da face da terra... é assim... mas novos ventos se aproximam!!! novos ventos se aproximam, seus sacanas!!! outros dias estão para chegar!!! eu acredito!!! precisamos que a nossa cidade se resolva de uma vez por todas. que possa acontecer. devo dizer aqui desde já que sou apoiante absoluto da alternativa proposta. estes anos revelaram-se a maior fraude que algum dia tivemos de comer. bem, vou ver o jogo, hoje posso ir ver o jogo!!! é pena não servir para nada... mas já que posso... espero que o ganhem por uma questão de princípios!!! hehehe. abraços. este blog está chato... desculpem-me os leitores. prometo que hei-de dar a volta. fase de resoluções. comer, aguentar e calar.

sábado, 14 de junho de 2008

se querem ter bem uma dimensão do meu problema de segunda feira vão aqui. é assim... mas é andar para a frente e outros momentos virão. bons e maus.
as minhas mãos têm vindo a sentir a alteração das coisas, estão a mudar, desde há três anos que as minhas mãos estão numa espécie de transformação constante. queria eu que elas escrevessem livros... ganhei umas mãos duras, grossas, é o preço a pagar. mãos da vida. o dedo indicador adaptou-se à sua função mais normal, o carregar. mãos queimadas. mãos ásperas. mãos de uma frustração louca e de uma revolta gritante com as coisas. mãos de trabalho. livros nenhuns. só o que ficou esquecido.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

enfim enfim

bem, como devem imaginar, não posso ver nada!!! o Euro2008 já se tornou tão secundário que enfim... ontem foram os Radiohead... mas esta segunda vou perder a verdadeira bomba que me hei-de roer por esta até ao fim dos meus dias!!! esta não me hei-de perdoar nunca, nunca, nunca. segunda-feira está aqui a Soeur Marie Keyrouz!!! gente, a Marie Keyrouz!!! uma das melhores vozes que este mundo criou vai estar aqui em Barcelona enquanto eu vou estar a enrolar meia dúzia de kebab's que nada contribuem para a auto-estima com a farda ridícula e o caneco!!! é caso para escrever palavrões!!! enfim... nem me apetece escrever mais nada. a Marie Keyrouz aqui ao meu lado e eu nada. vida de emigrante... fónix. esta fica-me entalada, uma espinha na garganta. porra. raios partam a vida às vezes. o que se torna imprescindível é que a carcaça ande para a frente. desligar a cabeça e nada mais que importe. há vidas assim. espero que o adormecimento algum dia possa dar lugar ao acordar. farto de esperar.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

ficções da vida 6

para Nela estava ser um dia perfeitamente normal. sentada em casa, na sua espera regular por alguma luz que viesse da janela e lhe desse força às plantas que tinha na sala. tinha andado num taxi nesse dia, tinha comido fruta fresca roubada directamente à árvore, tinha estado com a sua namorada Dora, tinha passado a ferro, feito uma passagem ranhosa por todos os canais da sua televisão, tinha ido ao trabalho olhar para a caixa de mails, tinha comido o seu iogurte do costume na hora do almoço, enfim, tinha gasto mais um dia, há quem diga vivido, para Nela era gasto, menos um dia a contar do fim. tinha deixado a carreira de sonho como repórter desportiva, tinha-se dedicado a uma regular criação de acontecimentos, o seu trabalho não é para aqui chamado ainda. nesse dia normal, enquanto estava Nela em casa, toca a campainha, alguém, abrir, os senhores da luz, para fazer a contagem, era só um senhor da luz, chamava-se Raul. Raul entra em casa de Nela. cumprimentam-se com a banalidade dos costumes. Raul saca do bloco enquanto Nela o controla com os olhares nada fora do normal deste tipo de coisas. até vai com a cara de Raul. há uma empatia. a contagem é feita. Raul sai. vai-se. Nela volta para a sua sala. fuma para passar o tempo. passado um pouco Dora liga. a conversa do hábito. as combinações parvas do inevitável. Nela está aborrecida. parece um animal de apartamento. fuma mais. vai à janela. volta para o sofá. faz um charro. fuma-o. abre uma cerveja. bebe a cerveja na varanda. colhe uma laranja do cimo do cimo da árvore da casa de baixo. tira-lhe a casca, come-a, o sumo escorre-lhe pelo queixo. volta para casa e deita a casca no lixo orgânico. a campainha toca outra vez. Nela espreita pela porta e é outra vez Raul. Raul entra. beijam-se. Raul despe Nela e fazem amor no chão. Raul vai-se embora. Nela fuma um cigarro. vai tomar banho. veste-se. faz um chá. toca a campainha. é Dora. entra e beijam-se.

sábado, 7 de junho de 2008

lá ganhámos o que, apesar de tudo, é o que importa

detesto não ver estes jogos. já toda a gente sabe disso. graças a deus que lá fui sabendo do jogo, obrigado obrigado obrigado obrigado a quem me disse, mas mesmo sabendo... não é a mesma coisa, comemorar no balcão uma coisa que se vive por fora... uma seca... uma tristeza: nenhuma televisão nacional ter um resumo na net do jogo!!! porque um gajo chega a casa e quer ver!!! quer ver o que não viu!!! tive de ver um resumo que alguém meteu no youtube... enfim... bem, ganhámos, é altamente. parece que jogaram bem, mais altamente é. estamos em primeiro lugar do grupo, incrível. também estou para aqui com coisas mas até parece que não estamos já habituados a ir longe... detesto é perder estes jogos, detesto. pelo que vi do resumo... portaram-se bem!!! isso é que conta. cuidado é com o próximo. cuidado é com o próximo. é jogar cada jogo como se fosse o último!!! o Moutinho a puxá-la toda!!! aquele golo é um passo de dança, o do Pepe também, rápido. gostei. ainda que muito infelizmente não tenha visto o jogo e muito provavelmente não possa ver os próximos... partam tudo o que têm de partir que eu cá estou a puxar pela malta toda!!! pela felicidade!!! pela festa!!! pela língua que temos!!! pelo que nos distingue!!! força nessas pernas seus ciclistas!!! não se encostem!!! se jogarem com a Espanha... que ganhem 5-0!!! hehehe merda. se estivesse na terrinha hoje seria um dia louco...
já dormi, o que mudou tudo... vou ter uma outra entrevista de emprego para a próxima semana... era bom que corresse bem, que assim mandava já a porcaria do uniforme e do boné com o caneco que é só o que me apetece. isto ao fim de contas... bem, é o passar do tempo, o que é preciso é que um gajo se entretenha e que esse entretém dê para pagar as contas. acho que me tenho de esquecer da vida, o aproveitar já é secundário. acho que não fui feito para usar fardas. não que tenha problemas com isso, os últimos tempos foram tão abertos a nível de experiências de trabalho que enfim, é mais uma, já posso dizer que trabalhei (trabalho) num kebab!!! o que é uma grande alegria, significa que ainda ando na luta e que ainda não desisti!!! o meu problema ali, para além do boné ridículo, é que acho que os clientes merecem sempre atenção e ali os clientes são um ticket, é a verdade. e se estou a dar demasiada atenção vem logo o supervisor a dizer a sua treta formatada... e eu detesto cenas formatadas, máquinas, aborrecem-me. mas os colegas são fixes, ao menos isso, alguns até gostam de bola e tudo!!! mas o que eu gosto mesmo é do meu iraquiano, aí é a puxá-la. o grande desabafo deste dia é: NÃO POSSO VER O JOGO DA SELECÇÃO!!! que tudo me enerva já. mas pronto, é o que se tem e cada um tem o que merece. não quero escrever mais hoje.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

teatro 5

foda-se!!!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

teatro 4

foda-se...

quarta-feira, 4 de junho de 2008

teatro 3

senhoras e senhores,
começou a carcaça, é assim.
não há regresso e é para a frente o caminho.
ando pela rua a pensar em coisas.
um espectáculo na cabeça.
procurar o registo.
tenho a ambiente e as imagens.
preciso de descobrir o ritmo
não me posso esquecer.

desabafos e diário

bem, mais calmo do fast food... ainda que enfim... já sei que cada um tem o que merece!!! e cada um segue o caminho que tem que seguir, são assim as coisas. mais específico: o dia correu bem, apesar de ter estado naquele lugar durante 12 horas seguidas com duas pausas para fumar!!! nem a porcaria da cigarro sabia bem, com a farda, com uma camisola por cima, sem a porcaria do boné... enfim... figuras que um gajo faz... no universo dos restaurantes de fast food encontra-se de tudo, os meus colegas do kebab são fixes, as vizinhas das sandes... enfim... é o mundo... o restaurante, aquilo, abriu ontem, nunca tinha feito nada daquilo na vida, já tinha comido uns... chego lá, visto o uniforme que me faz despir a pessoa e esquecer-me de mim, o que por vezes não é nada mau... estavam para lá umas formadoras a explicar como se fazia cada coisa, mas o problema é que junto com as formadoras estavam umas vinte pessoas mais e todas a dar ordens!!! enfim... empresas com dinheiro mas à deriva... é desnecessário dizer que não fiz nada com as formadoras... andei a esfregar o chão que aqueles vinte seres pisavam constantemente, ou seja, andei a fazer que fazia, para obedecer a ordens tão inúteis como a cabeça de quem as deu!!! enfim... mas lá fui eu para a sauna fazer o que tinha a fazer, a cortar carne com a faca especial e a enrolar aquilo e a fazer outro tipo de cenas... o primeiro a ser comido foi meu!!! hahaha inaugurei uma cena de fast food!!! que emocionante. que vida parva. mas ao menos ando ocupado e vou começar a receber... ainda que não aproveite nada. sou um objecto. é daquelas alturas em que um gajo tem de deixar de ser pessoa, não há problema, de qualquer maneira estou de férias de mim. uma vida de contrastes. nenhum orgulho nisto. e sinceramente, andam aí muitos actores muito piores do que eu!!! andam aí actores que não são actores em lado nenhum, são actores no contexto!!! mas enfim... este mundo a maior parte das vezes é controlado por merda, basta olhar para a política para perceber o exemplo, para a política e para muita coisa, a época do self made man acabou, agora ou tens degraus ou não tens degraus, se não tiveres degraus tens de trepar o muro, eu aceito isso. não há problema. não acho é justo que o mundo se oriente cada vez mais nesse sentido. enfim, não quero falar disto. estou a ficar repetitivo e isso dá-me seca. este mês vai ser de cão. ainda detesto uniformes. tenho de começar a ver de outra coisa. não quero ser gerente de nada. nem encarregado. merda. merda. quando virá a paz? não me posso dispersar. perder-me é inevitável.

terça-feira, 3 de junho de 2008

teatro 2

hoje foi o dia em que abriu o kebab, inexperiente, sem formação, ao calhas. trabalhei 12 horas seguidas, uma dor de pernas... enfim... das 12 às 12!!! com uma farda ridícula que mais para a frente ainda aqui a hei-de mostrar só para o nosso gozo... pois é, trabalho numa multi-nacional de fast food!!! tenho uma farda e faço comida má!!! que teatro!!! ando o dia todo com um boné e agora ainda o sinto na cabeça. detesto fardas. enfim... estou um bocado enervado. a próxima vez que um mau actor me perguntar o que é que ando a fazer... ai ai ai... saiam de baixo que vem água... que isto... francamente!!! mas, pronto, aguenta-se, cá se está, é mais uma experiência, mais uma experiência, é sempre mais uma experiência, anda-se com a merda da experiência, não se sabe, duvida-se, continua-se. uma farda e fast food... ai ai... deixem-me aqui dizer isto: foda-se!!! este é o meu pensamento teatral de hoje!!! não consigo pensar em nada, é assim, anda-se na corda do que se tem, o teatro lá deve continuar na sua hora normal... eu amanhã trabalho à noite. o boné não saiu ainda. teatro o caralho ó pessoas!!!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

a minha descoberta da pólvora!!!

este episódio é real, ontem estava eu a deitar-me, tarde até dizer que chega, deito-me, dá-me para pensar!!! toda a gente sabe que eu detesto pensar, mas enfim... a história... estava eu a deitar-me quando começo a pensar nas minhas coisas, eu detesto grandes pensamentos e não gosto de me ocupar com filosofias. então, estava eu a pensar no desenvolvimento e na propagação do termo upa upa, termo que foi tornado de uso alargado por causa de uma rábula dos Gatos Fedorentos, que eu por acaso nem gosto muito... ora estava eu nestes pensamentos até que descobri a origem deste termo, ora bem, como toda a gente sabe, upa upa quer dizer para cima para cima ou então acima acima ou outra coisa qualquer, o sentido é claro para todos, é algo que sobe sobe ou que subiu subiu. é upa upa!!! o meu dilema: de onde viria esta maravilha da nossa língua? tive um momento de clarividência luminosa!!! a expressão upa upa vem do inglês up up, dita de certeza por um português no seu desenrascanço habitual para tentar falar com a bifalhada no all-garve ou qualquer coisa do género, somos uma língua aberta!!! demasiado aberta, segundo o meu entender, para o acordo ortográfico, mas enfim... olhem fica aqui o desabafo da minha descoberta incrível. mais tarde escreverei um relatório com todos os passos da experiência.

teatro 1

já ando a meditar crimes. como sempre fui conservador a nível de teatro, houve coisas que nunca tive a coragem de experimentar, sempre achei que fosse demasiada exposição, que seria uma espécie de choque para o qual eu enquanto público não teria paciência, que fosse portanto um exagero. hoje em dia acredito precisamente no contrário, o público está de tal forma habituado à banalidade, ao mesmo registo, demasiado conformado com o seu papel, demasiado preparado para a teoria conspirativa, que já não consegue olhar nem para si nem para o mundo real. o público habituou-se a gerir a sua própria ficção do nada, a sua leitura orientada do espectáculo. o problema não é do público, o problema é do público e dos criadores da orientação, o problema é que o realismo perdeu o sentido quando o novo-realismo lhe acrescentou a codificação. uma coisa codificada implica um problema para ela mesma, o definir do código, é como uma língua. o público, com a efervescência do novo realismo e com a evolução absoluta e demasiado rápida da tecnologia e da circulação da informação, da fusão do novo realismo com o mundo que era agora virtual e ficcionado e não real físico, tornou-se insensível a todas as formas de violência exercida, excepto quando lhe toca. não quero perder a codificação do novo realismo. quero antes parti-la. o teatro pode não agredir o público no corpo mas pode agredi-lo no conceito, obrigando-o a questionar o que é real e o que é ficção, o que é simples leitura do acontecimento na ideia. ora, como a nossa vida já é apenas um feixe de luz impossível de fixar, excepto quando buscamos a força do segundo e do instante ou quando somos confrontados e violentados, mesmo que com flores, pelo espelho da nossa violência ou pela presença dela na verdade, a única alternativa que procuramos é a da força. precisamos de força e de potência. daqui vem a ideia do choque, do regresso ao choque, já não é a teoria do bicho, nem a da necessidade, nem a da vontade, nem a da urgência, é uma nova teoria para o teatro, feita com base na sua insuficiência e no seu desligar. trata-se de uma correspondência entre uma teoria e uma tentativa de prática que tem a base comum na exposição do indivíduo, na sua dúvida de si, na sua própria confrontação com o problema. o actor deve ser então alguém que se confronta com o problema, alguém que o expande, que o descontrola. o espectáculo deve ser então uma zona de guerra. ainda não há nada mais subversivo do que o amor.

um kebab!!! basicamente...

domingo, 1 de junho de 2008

senhoras e senhores, começou.

pensa-se sensível. despido. não se olha para trás. há um registo algures que se procura em silêncio. no silêncio. uma dança nas ruas. gente. passar por entre os corpos e tentar não tocar. como se chovesse e se fugisse da chuva. as vozes. os olhares. os percursos. dançar pela rua com a chuva na boca que cai louca. que molha o corpo frenético. resiste-se. um cai. outro levanta-se. repetem-se coisas. frases. olhos que saltam do anonimato. das formas. fantasmas que te perguntam o nome mas não te vêem. caminhos irreais. sonhos dispersos. anatomias distintas que se encaixam mas sem se absorverem no infinito. no infinito onde as coisas se encontram realmente. tens uma sombra que te acompanha. se te dispararem com vários feixes de luz tens várias sombras. é uma espécie de regresso. origens nenhumas. é então preciso queimar as bandeiras do medo para começar a agir. apagar coisas que não se apagam. mas que precisam de ser enterradas para poderem viver. coisas que são escolhas. escolhas que são coisas. corpos. distintos. imagens que se projectam na carne. a verdade é que só há um sangue. independentemente das vozes que te chamam. só há um sangue. uma forma. brilham as crianças com o seu sentido disperso e carnal. textos queimados. alguns por nascer. alguns que não nascerão nunca. ficaram em estradas. viagens. pessoas. casas. textos solidões. textos fogo. textos frio. textos alimento. textos alguém. que se emancipam para te fugirem. deitas-te. dormes no branco. não ouves nada. acordas. quem és? quem te acordou? quem te leva para o lado outro do mundo? dormes com outros braços. outras pernas que são outras outros. dormem. outras outros o mesmo em volta do mesmo os dois são um. o amor. andar nas ruas. andar pelas ruas e assobiar uma música qualquer. não importa qual. chegas a casa. bebes. dormes. levantas-te. o dia. o brilho do dia. ou o cinza do dia. já ninguém te lê como te escreves. já não te escreves. já só te lês. estás como que fora de ti. projectas-te. és a sombra ou o corpo? qual é o verdadeiro? os dois? nenhum? qual? a vulnerabilidade das situações. a dança parva na chuva. os beijos na água. as palavras sussurradas. as distâncias que te atiram contra as paredes como se estivesses com álcool a ocupar-te. as conversas que te sugam. exteriores. as possibilidades abstractas. são fantasmas. não passam de fantasmas. são fantasmas. agora é diferente. não é o mesmo. é outro lugar. são outros braços. precisas de vozes que te embalem. da voz. do calor branco. gritas merda. merda. merda. merda. cospes o vazio que te aperta. o silêncio que te invade. o tempo que passa. pensas quando. como. tens de esperar. detestas a espera. detestas a merda da espera. tomas um banho. rasgas-te. limpas o nunca que te suja. lá fora o silêncio é exageradamente sólido.