terça-feira, 30 de junho de 2009

morreu. fim da história.


estamos mais pobres agora
estamos mais fracos agora
somos menos pessoas agora
temos menos palcos agora
menos mundos
menos sonhos
menos luzes
menos portas para abrir

segunda-feira, 29 de junho de 2009

o texto de ontem estava muito giro.

domingo, 28 de junho de 2009

0

então traz

sentava-te no meu colo

então senta

fazia-te festinhas

então faz

contava-te historinhas

conta

dáva-te beijinhos



muitos

abraços

todos

muitos......

tantos

bem.....tenho que ir dormir

daqueles

já estou nervoso

vês???

a culpa é tua

acredita que ficava aqui o resto da noite contigo...se amanhã não tivesse que trabalhar!

eu ficava aí o resto da noite contigo

Tú apenas precisas de mimo de atenção!

não é só isso

eu preciso é de amor

amor real

que me agarrem

e o que é mimo senão amor!

mimo...

eu dou mimo

ui........................................

Amorzinho.......

vou dormir

não digas isso

vem comigo!



vem comigo já

Esse coradinho não!

Estás a imaginar....

claro

nós os dois na cama

eu a dormir

claro

e eu ao teu lado

ui.................................

a dormir também

ahahhahahahahahahahhahahahah

cadeirinha

era giro!

e depois tu viravas-te para o meu lado

e........................

e encontrávamo-nos a meio da noite

ui...................................

e dáva-mos um beijo

esses encontros a meio da noite........

e tu sorrias

e eu agarrava-te junto a mim

a ficávamos muito muito juntos

como se fossemos um só!

ui......................................

sempre um só

e eu poderia abrir as pernas.....

e eu entrar

ui...................................

e beijar-te como se o amanhã não existisse

ui.....................................

o que conta é mesmo o presente!

Vá salta para aqui!

meu deus...

salto já

quero estar contigo

Vá, vem!

olha que vou mesmo

amanhã já te digo quando chego

amahã é um dia novo....e depende de como acordares....

ahahahahhahahahahahhahahaha

amanhã

espero acordar bem

ahahahahahhahahahahahahahhaha

claro que vais acordar bem!

Quantos cigarros já fumaste?

já vou sonhar bem

uns quantos

Tonto!

destrambelhada

ahahahahhahahahahahahhaha

vamos dormir!

vamos







Já!

ai

Ficas bem?

com desregra cão

claro

não te esqueceste dessa!

como podia eu esquecer-me desta???

ahahahahhahahahahahhahaah

é erudita!

é física

real!

é foder-te por trás

agarrar-te nos ombros

nas ancas

e nós já o fizemos com desregra cão!

é beijar-te na boca por trás

Pára, assim já não saimos daqui........

é abrir-te as pernas

afastar-te as pernas

ui..........................

Destrambelhado!

entrar em ti lentamente

com o prazer imenso que me dás

com a temperatura da tua pele

ui...................................

com as tuas costas

com as tuas pernas

acho que estou mais gordinha.......

com a tua suavidade

deves estar linda

como sempre

eu sou assim tão suave?

como sempre

és mais do que suave

és papel

ui...................

já estou em ti agora

ui............................

já estás com a cabeça encostada na cama

com os joelhos no chão

com as mãos a agarrarem os lençóis

ui.............................

com as minhas mãos a percorrerem as tuas costas e a tua nuca e os teus cabelos

a entrar em ti lentamente com toda a vontade de quem te quer minha

sobre ti

gigante

dentro

gigante dentro de ti

ui........................

como uma dança dentro de ti

sobre ti

em cima de ti

por trás de ti

a agarrar-te nas ancas e a foder-te louco

e tu a querer

toda tu

a querer

a querer............

e a dizer fode-me

e eu a foder-te

e eu a insitir em que me fodas.......

louco

e eu a foder-te mais

e mais

e mais

eu gemo................

por trás

geme

geme

grito.................

grita

e peço-te para te vires comigo!

e eu fodo-te mais e mais

e vimo-nos

loucos

uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

quero-te

Quero-te!

quero-te mais ainda

mais ainda

ui.....................

preciso de ti

eu também

sábado, 27 de junho de 2009

já fomos um dia mais luminosos. era outro o tempo. não sabíamos com o que contávamos. depois veio a escassez e as portas. os túneis para atravessar. escrever palavrões. evitar olhar espelhos de manhã e ter medo de descobrir mais um buraco aberto no rosto. estamos cada vez mais velhos. velhos espécie. deixámos mãos abertas em estradas obscuras. apanhámos pássaros mas a vida não esperou. e depois há o mundo. e a luz no final. e coisas que têm que ver com o medo interno do segredo. a abstracção. a fuga. já não somos de plástico. sabemos finalmente o que é o dentro da pele. o que tem e não tem. conhecemos a incerteza do momento seguinte. vivemos constantemente nela. vivemos constantemente todos os momentos.

desculpem-me ter sempre de falar de mim. ontem descobri uma coisa com um companheiro da vida. tenho andado sempre a escrever cartas. é provável que só me saia algo quando me esquecer do outro lado a quem me dirijo. mas eu não sou assim. eu preciso de me escrever desta forma. escrever-me ao outro. escrever-lhe amor. dar-lhe o mundo. porque eu também tenho um mundo debaixo dos dedos. também sou como os gatos. é realmente possível que passe o tempo todo a escrever para um tu que agora serias tu que sabes que és se estás a ler. o problema aparece quando nem imaginas se o tu te lê. se o tu ainda existe. se o tu é o silêncio e a melancolia. se o tu é este vazio e este ritmo de tempo alucinante na passagem. que te diz que estás acabado. que te diz que estás distante da terra.

mas estamos num ponto de viragem do mundo. agora é o momento. o conhecido já mostrou as fissuras. a europa... europa de terror silencioso. salto. risco. humanidade. porque o que é preciso é chegar à humanidade. o resto é dar pulos na vida. o resto é o zero. o nada. o esquecimento.

escrever cartas é por vezes uma necessidade primordial. uma espécie de grito. um desenvolver do assunto que te ocupa. cheguei a uma altura em que desisti de escrever coisas abstractas. as palavras devem ser como injecções directas de realidade. os textos devem ser uma espécie de coisa volátil. um objecto de sofreguidão. textos vida. textos rítmicos. cavalgantes. textos que permitam a respiração do início até à última linha.

isto é fodido. é não saber para onde nem como olhar. é fodido. há esta marca insuportável. esta ferida no corpo. uma ausência brutal na vida. os ombros com um peso e uma tristeza. que puxam para o solo. é um tempo de caos. é um tempo indeciso. um tempo que não me pertence. sanguessuga que me come lentamente até que eu não exista nunca mais. não. não quero olhar para ninguém. não sei é porque te escrevo. talvez porque escrevia para ti. e claro. nos últimos tempos já nem isso. nos últimos tempos já nem escrevia. ali andava. no início do meu esquecimento. mas uma coisa tenho de confessar da qual não me orgulho. fui burro como muitos poucos foram. rebentei com as possibilidades todas. fartei-me de esperar por ti. e mais ainda. gostava de esperar por ti.

é-me mais fácil escrever assim. talvez não seja justo. talvez mostre demasiado o auto-engano. talvez saia demasiado a falcatrua cerebral. merda. eu posso escrever merda. aprendi a usar palavrões. é a minha única arrogância.

tu detestas.

estou em suspenso nas coisas e preciso de sentido. estamos todos assim. o ritmo do mundo a isso obriga. é nesse momento que está. é a zona dos fragmentos. hoje fico por aqui neste meu apontamento.

tenho os olhos a fechar.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

realmente há dias. o vazio é já um facto. mas há dias... claro que a culpa é do álcool... mas é que de repente sem alterações na cabeça parece que tudo custa muito mais a passar... claro que isto é uma desculpa esfarrapada para a bebedeira compulsiva. é um campo minado. andar circular. esvaziar garrafas como se não houvesse amanhã. drogas se aparecem. tabaco. falar sozinho. expulsar demónios. é verdade, amo aquela gaja. é assim. é insuportável. amo aquela gaja. amo aquela parva daquela gaja. pareço um puto ranhoso a falar. é um desgosto do caneco. é assim... muitos se perguntam como será possível que eu ainda ande assim, muitos não se perguntam nada... é fodido, isto é realmente fodido, é ter uma imagem constante a comer a cabeça, a morder, a pisar, e depois tens a certeza que essa imagem é uma coisa voadora, que circula pelo ar, mas a tua vida mental era essa imagem, é insuportável. estou com os copos.
é rebentar-me contra as paredes. vomitar-me no chão. isto está tramado, meu caro, isto está tramado... não falavas dos vazios? pois agora come-os e que te atafulhem a garganta até já poderes engolir mais. era uma vez uma história muito gira de uma vida. veio o papão e levou-a num saco para dividir o mal pelas aldeias. corpo cortado em pedaços ínfimos. está aí o verão. está aí o verão. mas tens uma imagem puta que te come a cabeça a todas as horas. gostavas de te poder mover pelo ar, gostavas de te poder esfarrapar louco, quem é que quer saber disso. perdeste tudo já. já nem país tens. nem terra. nem sangue. acabarás por vomitar vermelho contra as pedras. já nem podes falar do mundo. já nem podes falar de ti. adiante nos assuntos. que o caos te encha a cabeça de cicatrizes. fizeste merda cabrão. agora aguenta-a.
apetece-me entrar na sua cabeça gigante
apetece-me morder a sua cabeça gigante depois de entrar nela
apetece-me sentir o seu interior gigante na minha boca
apetece-me ser convulsivo dentro da sua cabeça gigante
apetece-me comer o seu dentro gigante
apetece-me esquecer o seu gigante
apetece-me esquecer gigante
apetece-me voltar a ser gigante dentro de ela a gigante
apetece-me ser doentio gigante
apetece-me destruição gigante
apetece-me gritar o seu nome gigante pelas ruas e não ter resposta
apetece-me odiar esse silêncio gigante
apetece-me enfiar em buracos gigantes sem luz nenhuma
apetece-me voltar a trás no tempo gigante
apetece-me não ter sentido nenhum gigante
apetece-me rasgar a pele gigante
apetece-me destruir-me gigante
apetece-me ser um cão gigante
apetece-me cuspir gigante no seu rosto gigante
apetece-me rasgar as putas das cartas gigantes
apetece-me chorar gigante
apetece-me fazer merda gigante

vou para a rua agora

segunda-feira, 22 de junho de 2009

mais sebastiAn

resumo muito resumido dos dias loucos

já mais recuperado dos dias do inferno físico e da alucinação rítmica, por vezes tem de ser assim, é a melhor forma de exorcismo dos fantasmas e nada melhor do que isto para aviar tempo. ela ainda está nas distâncias e como tal, devo acreditar que o sono veio para ficar, meus caros, certeza das certezas, a minha mulher morreu, que se foda o assunto, que arranje melhor um dia, tenho a certeza que não será nada difícil, enfim. isto só para esclarecer este ponto finalmente final. bem, preciso de dar aqui um destaque a uma coisa que foi mais do que formidável: a semana do Portugal ConVida em Barcelona. vitória absoluta da classe operária. momentos mágicos que vão ficar de certeza para a história de quem os viveu por dentro ou por fora. por outras palavras: somos os maiores!!! uma noite de fado amador que vai ficar gravada na cabeça de quem assistiu, uma conferência sobre vinhos portugueses que ficará para a história, uma festa gigante onde passaram milhares de pessoas que foi uma rambóia gigantesca!!! gostava de ter imagens da noite de fado amador, caros leitores foi este vosso sacana quem apresentou... e no fim com direito a cantarolar uma nova interpretação do fado e tudo!!! a trova do vento que passa!!! com uma roupagem de fado tricky!!! hahahaha, enfim... olhem, comédia das comédias... mas isto tem sido a roda viva da malta festivaleira. tornei-me num freak! é o perigo de quem sente e sabe que já não tem nada a perder. descobri que já não vale a pena ter sonhos, é um dia de cada vez até que chegue a noite sem dia. o que vier a mais já é lucro. não vale a pena lutar por castelos nas núvens. enfim... bem, outro acontecimento marcante, agora já mais a seco: o festival SONAR. verdadeiro desfile de atrocidades musicais. ainda bem que fui. não tenho escrito nada. nem em cadernos. amanhã é o S. João e promete ser mais uma noite desconchavada. é preciso viver. que se lixe o tempo que lá vai. já não tenho saudades nenhumas. este verão nem vou a Portugal, caguei e andei. tenho saudades de gente e de coisas mas tenho a certeza que quem também sente o mesmo em relação a mim compreende esta atitude. há alturas em que é preciso estar longe. pronto, já desabafei tudo por hoje.

sábado, 20 de junho de 2009

pois é verdade, não tenho escrito nada, tem sido impossível. com o ritmo no ponto da loucura, com vitórias da classe operária, com ritmo festivaleiro. senhoras e senhores, estou um caco. um caco mas um caco aceso, um caco explosivo, em processo, um caco em desenvolvimento. realmente não tenho escrito nada, não tenho escrito nada porque não posso ter tempo, e ainda bem que não o tenho, porque se tivesse tempo poderia começar a pensar e se começasse a pensar de certeza que me enervava. meus caros leitores, ou puros membros do acaso, dois acontecimentos marcantes nestas duas últimas semanas: PortugalConvida e SONAR. o SONAR, festival de referência no imaginário já antigo, primeira vez, primeira vez marcante e assumidamente já um fan da linha da frente. concerto dos últimos tempos: Sebastian. vou dizer outra vez: concerto dos últimos tempos: Sebastian. já não achava possível que houvesse no mundo alguma coisa assim, uma das descargas de energia mais brutais que vi até hoje, o concerto que eu precisava realmente de ver, precisava de saltar, de dançar, de gritar. o SONAR tem o seu quê de irreal, primeiro pela imensidão tamanha, depois pelo ambiente louco que se vive, depois pelo tipo de apostas de programação, e passando por mais tudo e tudo e tudo, enfim... enfim... loucura descontrolada no corpo e na cabeça. podia aqui fazer um resumo mas nem vale a pena. o Erol Alkan é bom e foi brutal mas este velhaco deste Sebastian foi insuportável de tão incrível, tenho um pé lixado por causa dele!!! tenho uma bolha num dedo do pé!!! enfim... aqui vos deixo um video do concerto para terem uma pequena ideia:



enfim... heavy metal, heavy metal, heavy metal. não há mais nada a dizer. quando tiver menos sono juro que escrevo mais alguma coisa.
abraços aos que contam.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

banda sonora dos dias



sábado, 6 de junho de 2009

o silêncio

quarta-feira, 3 de junho de 2009

banda sonora dos dias

terça-feira, 2 de junho de 2009

soy un gamberro

segunda-feira, 1 de junho de 2009

se te encerras em quartos fechados cobertos de atrocidades
chegam os bichos e comem-te a nuca até ao interior do cérebro
amanhã estarei aqui outra vez esperando visitas
pernas líquidas assombradas
um insuportável medo da morte lenta
um terrível medo da vida vazia
vácuo
mal-estar implosivo
sem fim à vista
corpo inquieto e sem conexão
ataques de pânico
sonolência