segunda-feira, 31 de agosto de 2009

não sei quantos anos disto

perdido entre música e este estado. cerveja e frango no forno e a melhor companhia de todas. preciso de tempo. esta foi a conclusão das férias de verão. é preciso tempo para poder fazer as coisas. está muito bem que haja uma desorganização da minha agenda e da minha vida pessoal, uma espécie de desorganização sem precedentes... mas as coisas são mesmo assim... é a crise do dentro a revelar-se no fora. mas isso não importa. o que importa é que é preciso tempo. a vontade anda por aqui à espreita. de vez em quando morde. porque raio será que só consigo escrever alguma coisa quando estou completamente fodido? a culpa será de não ter processo e de não querer corromper uma necessidade interna... mas que sei lá eu disso. é como é. há coisas que se passam assim e que ninguém pode controlar. coisas que se tornam erupções. ai cabeça, cabeça... para quê tanta cegueira dentro de ti??? depois a verdadeira revelação é a do tempo morto. saber que se perdeu tempo com múmias. isso é insuportável. é insuportável mas faz bem. não se cairá na mesma treta nunca mais. aprende fiuza aprende. repete. não se cairá na mesma treta nunca mais. as múmias devem estar enterradas. que o sol brilhe. que o sol brilhe como nunca num caminho qualquer. mesmo que não o sigas. mesmo que nunca o encontres. é bom saber que o sol brilha num caminho qualquer. é bom. ao menos isso. o sol há-de nascer para todos. assim dizem os livros.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

responder com o seguinte: Werther
tudo o mais que se foda

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

na cova da cultura

depois de ter sabido que o senhor Gil Nave ia encenar a Antígona e de me ter engasgado com esse facto e de me ter rido com o seu texto, mirabolante barroco do estilo arqueado e sem assunto (aqui), sou ontem confrontado com uma novidade do mesmo nível de pedantismo maniento dos que eu considero insuportáveis!!! meus caros, a Estação vai fazer uma escolinha!!! já estou a imaginar senhor Zé Teleguine a ensinar os chicos da província com a sua técnica mordaz, com o seu eterno padreco alcoólico vicentino navístico, agora com uns novos ares da máscara directamente importada da capital. lá está, estou eu bastante longe e afastado destes assuntos mas é que ele há coisas que não podem passar ao lado, ou melhor, há coisas que devem passar ao lado mas que se tornam demasiado descaradas para que passem. este ano há eleições. uau. batam palmas. há eleições. há sempre vários cenários possíveis. o mais provável é o caro Manel Freixo ganhar mais uma vez a treta, é assim, é o mais provável, o município de Silvares vai encarregar-se de lhe oferecer a coroa, a ele e à sua equipa de mafiosos da pior espécie, Miguéis Rainhas ao barulho e tudo. a Estação, com o seu rato do poder Zé Teleguine lá terá a sua escolinha, lá será mais uma vez a companhia do regime, lá se farão as obras do Cine-Gardunha, lá se aumentará o endividamento, enfim... a cantiga que já sabemos... estes meus dias no Fundão foram bastante agradáveis, para já porque o preço da média Sagres anda pelos 70/80 cêntimos e depois porque vi um museu novo bastante agradável, chama-se Museu da Imprensa!!! uau, vou dizer outra vez: Museu da Imprensa!!! uau!!! e então o que é o Museu da Imprensa? o Museu da Imprensa é uma sala com umas máquinas e com uns papéis que se descolam repetidamente da parede. meus caros, até eu os colei durante a minha visita!!! dá-me pena, hei-de fazer o quê? hei-de fazer o quê quando os Miguéis ainda por lá andam sem vergonha na cara, quando uns fazem a Antígona sem saber o porquê, quando outros fazem uma escolinha de teatro sem saber ler nem escrever... desculpem mas dá-me pena. como será possível que uma carrada de badamecos armados em personagens da intelectualidade reinante se possam dar ao luxo de cometer a pior fraude de todas, a fraude que se comete com as pessoas. porque o senhor Gil Nave não pode saber o que é a Antígona quando se monta no seu carro e se fecha na sua bolha insuportável de ignorância física, porque o senhor Gil Nave não sabe o que é cometer um crime por um princípio, da mesma maneira que o senhor Zé Teleguine não pode ensinar aos meninos e às meninas como se sobe uma cadeira com a técnica da máscara, e quem conhece a imagem do senhor Zé Teleguine sabe do que eu estou a falar, e quem diz o Zé Teleguine diz o cara dura Pedro Fino, técnico parido no GICC. a pergunta mais óbvia é: o que será que duas companhias de teatro medianas terão de tão especial para que se atormentem eternamente? não seria bonito até, por exemplo, ver o senhor Gil Nave dar umas aulinhas na escolinha da Estação??? por exemplo? o eterno encenador sem processo? encenador do mofo da velha escola? ou será que o Teleguine Rato se vai ficar pela secretária? e o Festival Y??? esse festival que faz o trabalho de casa do programador fundanense mais cobarde de todos os tempos que se recusa a assumir publicamente que falhou!!! porque falhou. dizem: sim mas temos uma programação. uau. temos uma programação!!! foguetório e alvíssaras!!! temos uma programação e temos um conjunto de criativos jovens fundanenses que se puseram na alheta. que se puseram na alheta porquê? porque temos uma programação!!! uau. uma programação numa cidade que se vai construindo como um mito do que foi um dia, algures nos anos 80...uma cidade que não produz nada que valha a pena do ponto de vista artístico, ahhh, mas que agora vai ter uma escolinha de teatro, que funcionará sob a alçada da Estação... que altamente... na Covilhã vão-se fazendo Antígonas... ao menos é a do Brecht... claro, o 25 de Abril não pode morrer, como se algum dia tivesse vivido, esse 25 de Abril de ratos, de asco, de treta. o que eu queria é que o programador do Fundão saísse do armário. o que eu queria era que a Estação e o senhor Gil Nave fizessem um espectáculo juntos!!! ahhh, dirão uns, isso é impossível!!! pois é, mas é triste, é que assim em vez de serem duas farsas seria apenas uma.

e já agora, leiam o texto do senhor Gil e tenham especial atenção ao ridículo a que se pode chegar quando não se tem nada para dizer.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

banda sonora dos dias. regresso.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

para picar o ponto

caros amigos e amigas...
tem sido impossível encetar qualquer tipo de conversação...
foram as festas de Gracia... semana de loucura e de trabalho intenso...
promete-se voltar em breve ao ritmo mais ou menos habitual, ainda que muita coisa tenha mudado na cabeça deste vosso eterno ciclista.
beijinhos e abraços.
é urgente voltar ao que importa.
é urgente não esquecer.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

a vitória mais surreal que vi até hoje

o futebol ainda surpreende. depois de um jogo completamente miserável, deprimente mesmo!!! os sacanas lá marcam um golo milagroso com a ajuda do Patrício!!! como é que é possível? bem, levantei-me e acreditei em deus mais uma vez, claro que depois deixei logo de acreditar porque não consigo fugir de mim durante muito tempo... o Sporting afinal de contas também é levado ao colo, não se sabe é ainda por quem... que miséria de jogo, um reflexo da pré-época, da falta de contratações, da crise de confiança que ali anda, naquela falta de alegria. porque o que ali falta é alegria. quem viu este jogo de certeza que compreende o que estou a dizer. nem um passe acertado, nem uma finta mínima, o Djaló... por favor... o Postiga... por favor... o Abel, por favor... tudo ali pode ter um por favor em frente... só o Puto Capitão é que ainda mexe alguma coisa, o Liedson estava fatal... bem, ainda nem estou em mim com o que vi agora. parecia com o AZ Alkmar, embora nesse ano os dados e o jogo fossem outros. necessidade urgente da equipa: reflexão!!! já nem é trabalho, é reflexão!!! tudo ali tem de pensar, do presidente ao treinador, os jogadores, mesmo os adeptos, tudo tem de pensar. nesta pré-época consegui ver os piores jogos de sempre. enfim... nem sei se esteja contente com esta vitória... mas pronto, lá ganhámos... deus é grande. mas que deus??? desculpem, eu às vezes esqueço-me...
é a tua antiga casa. na tua antiga rua. o cenário da tua infância. dormes. ruídos de fundo. batem na porta. assustadoramente. um homem diz-te que há um outro homem que já não o é. transformou-se. corre como um lunático a quatro patas. tornou-se num cão. mete medo às velhas e come crianças quando tem fome. dizes ao homem que te bateu na porta para entrar. que aí está seguro. vês o outro ao fundo da rua. ele ladra e vem na direcção da tua porta. fechas a porta a correr. ele embate na madeira com o seu corpo de homem cão. deve ser gigante. passam-se dias e dias e a rua está em silêncio. ouvem-se apenas os passos de corrida do cão gigante que já deixou de ser homem. tens de sair de casa. detestas estar preso e a fome já se instalou. aproveitas uma breve distracção do cão e corres para o quintal da frente. fechas o portão com toda a força. ele bem salta mas não consegue entrar. sempre que te aproximas da grade ele rosna. ameaça-te. provavelmente estás perdido. a sua energia está num outro grau da sobrevivência. parece imortal. não podes dormir. estás sozinho no quintal em frente à casa da tua infância e tens um cão que te ameaça. de repente ouves um barulho de outra casa. outra porta. um velho vem armado com um pau. o cão ataca-o. o velho bem se tenta defender mas o cão vai-lhe direito à garganta. uma dentada certeira e o velho cai. o cão olha-te enquanto tu o olhas a ele e ao velho que estremece de sufoco. tens de sair. tens de sair. começas a suar de nervos. o cão mete-te nojo. cresce-te uma espécie de raiva. tens ganas de matar o cão. tens ganas de liberdade. abres o portão do quintal em frente da tua antiga casa. atravessas as grades e caminhas na sua direcção. apanhas uma pedra na rua. segues na sua direcção. ele espera-te. parece um duelo. tu ficas quieto. ele fica quieto. gigante e quieto. olham-se profundamente. conhecem-se no limite da sobrevivência. tu avanças a passos largos e o teu coração dispara. ele corre na tua direcção. agarram-se. ele tenta morder-te. deita-te ao chão. tu seguras no seu pescoço para evitar os seus dentes. inventas força dentro de ti. como se o amanhã não existisse. puxas o braço atrás. dás-lhe com a pedra na cabeça. bem perto do olho. ouves um osso estalar. ele sangra para cima de ti. para o teu rosto. tu bates mais uma vez. e mais outra. e mais outra. e mais outra. e mais outra. e mais outra. perdes-te na necessidade de violência. ele cai em cima de ti. sentes o seu mijo quente em cima da tua roupa. o sangue da sua cabeça corre sem parar em cima do teu rosto. tiras aquele peso grotesco de cima de ti. olhas em volta. sentas-te no chão. olhas para o seu corpo e para a arma. talvez chores. talvez não chores. afinal de contas és tu que estás vivo. e só quem está vivo é que pode chorar. a guerra hás-de ser tu a ganhá-la. já não precisas que te esfreguem a vitória nos olhos. além disso o mundo está cheio de cães. de pessoas que tentam sair de casa. de pessoas que lutam com a fome. e quem não perceber isso. é uma múmia perdida no caos.