quinta-feira, 24 de julho de 2008

o regresso desejado do encenador ranhoso

depois de feita a primeira parte dos Cadernos do Subterrâneo do Dostoiévski e de encarar o espectáculo "do subterrâneo" como uma coisa mais ou menos enterrada na vida e afastada dos palcos (até ver porque não se fazem previsões de nada), deu-se o caso de começar a pensar na segunda parte de uma forma radicalmente diferente da que pensava, primeiro pensava na segunda parte como um monólogo, que seria como uma continuação da primeira e assentaria a sua base cénica no actor e na sua inseparável cadeira, embora com bastantes mais acontecimentos que o maranhal teórico da primeira parte. meus amigos e seguidores e leitores, fica aqui dito desde já: a segunda parte será com actores e só entrarei como encenador ranhoso, é a única maneira de poder aprofundar mais um bocado o texto, a auto-encenação é uma armadilha. para quando será? ninguém o sabe, será para quando for possível, porque será um espectáculo que ainda vai necessitar de uma certa logística a nível humano, a nível de cenários já toda a gente sabe que não, nunca, não sei trabalhar com cenários e gosto da linguagem da luz. e depois voltei a sentir a necessidade do regresso do encenador ranhoso que não percebe nada de teatro mas que assume isso como factor de desenvolvimento do espectáculo. uma coisa vos digo e prometo, desta vez têm de ser actores bons, porque se o encenador ranhoso falha lá estarão os actores para segurar o ritmo, hehehe!!!
porquê esta reviravolta no objectivo? porque o texto tem problemas a nível de interpretação que só podem ser explorados com mais do que um actor, ou seja, sendo um monólogo os problemas teriam de ser explicados, não o sendo, os problemas podem ser realizados, podem acontecer. um monólogo deste tipo teria de usar uma coisa que a mim não me agrada particularmente, a distanciação, o salto entre o fazer e o narrar.
portanto, aqui fica o pedido: se alguém ganhar o euromilhões, se alguém quiser assumir uma produção particularmente duvidosa, se alguém quiser patrocinar uma aventura do umbigo para o mundo, se alguém se sentir identificado e tiver uma conta bancária de fazer corar de inveja muito novo rico, se algum político coiso, se alguém achar que isto pode ser uma manifestação artística interessante, etc... etc... é pá que comunique!!!

1 comentário:

Anónimo disse...

A má notícia é que não ganhei o euromilhões. De resto, dizem que para que isso se torne uma possibilidade real até é necessário jogar.
A boa é que se tal vier a suceder, serás contactado, no decorrer das minhas ideias expansionistas de tornar Alcongosta o centro do mundo.
Se alguém tiver a visão de se antecipar, resta-me o regozijo e prometo convidar-te para apresentares o espectáculo assim que mandar construir o centro de artes cá da terra.
Boa Sorte!
Gardunha
Pedaços de Alcongosta