quinta-feira, 31 de julho de 2008
como muitos saberão, no ano passado aconteceu-me fazer uma espécie de livro, que era um livro, mas que não era um livro, era uma superfície, era um fracasso. fracasso ou não, o livro, um objecto, foi feito, lançado, apresentado, criticado, lido, deitado fora, arrumado em estantes, perdido em taxis, usado para filtros... sei lá... este fim de semana, estava eu numa cozinha, com uns tipos que não conhecia de lado nenhum, a falar sobre coisas, houve um que me falou no facto de eu poder usar a internet como meio de suporte desse tal livro, que já estará esquecido, que poderá já nem existir. pois bem, foi o que eu fiz, usei o melhor suporte que conheço, o formato blog, passei esse tal livro para lá. quer dizer que a partir de hoje o meu livro de superfície, o meu livro da epiderme, está disponível na internet, num formato um pouco caseiro, pouco profissional, de mero registo das coisas. fica aqui apenas a publicidade a esse blog morto: www.olivrodaepiderme.blogspot.com
colocado aqui por
Pedro Fiuza
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2 comentários:
Eu gostei de ler. Gostei do registo e do ritmo.
Paralelos:::
"De um modo geral, os sentimentos traduzem o estado da vida na linguagem do espírito."
António Damásio, "Ao Encontro de Espinosa"
" Pense-se que os substantivos não são palavras, mas objectos distribuídos; e os adjectivos, por exemplo: as qualidades e circunstâncias da colocação dos objectos no espaço."
"Tudo isto instiga à percepção do ritmo. É um quadro. O cinema extrai da pintura a acção latente de deslocação, de percurso. Tome-se um poema: não há diferença."
" Vejamos que, para assinalar metaforicamente o tempo no espaço, a pontuação promove rupturas, acelera ou retarda o movimento das figuras simbólicas, adensa ou aligeira a luz sobre esse rosto, essa gárgula, propulsionados."
"Quanto mais subtil, furtiva, secreta, desentendida, complexa e ambígua for a montagem, mais penetrante e irrefutável a sua força hipnótica."
"A poesia não é feita e sentimentos e pensamentos mas de energia e do sentido dos ritmos. A energia é a essência do mundo e os ritmos em que se manifesta constituem as formas do mundo."
Herberto Helder, "Photomaton e Vox"
abraçoz
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