quinta-feira, 30 de outubro de 2008
quero outra vez tempo bom. tempo assim sem mãos para acompanhar é uma seca. ai ai ai. saudades dos braços. o tempo cria estes problemas. o mundo abre as portas, cometem-se loucuras, nada que anule o frio, a distância. hoje, enquanto estava a arrumar as mesas e a varrer o restaurante, pensei no Fausto, uma das grandes linhas de desafio do teatro, o Fausto!!! quem não gostaria de abordar o Fausto, fosse que versão fosse, versões de uma história que se desenvolveu problemática com o tempo... o Fausto, o problema do conhecimento, dizem alguns, a alma que se vendeu ao diabo em troca do conhecimento, vendeu ou trocou, não estou a ir por aqui. o Fausto não é muito claro num ponto. e este é o meu desenrolar do problema. Fausto queria o conhecimento ou o reconhecimento? não seria o conhecimento apenas um processo para atingir a glória? a glória do conhecimento, talvez, mas a glória, tudo se trata de poder. hoje Fausto seria uma figura máxima da comunicação mundial, que subiria de uma forma tão veloz como o seu colapso. há muitos Faustos por aí. usam as rampas que usam. mas as rampas são frágeis. não há nada como subir montanhas. e pronto estava a pensar nisto enquanto estava a arrumar as mesas. hehehe. é para o que me dá. assim vou mantendo uma coisa qualquer que nem sei como lhe chame. claro que tudo isto é discutível, mas é um problema que não me importaria nada de investigar. o Fausto faz parte do meu imaginário. consigo encontrar uma coerência no problema. é para mim como o Maldoror, como o Hamlet, com o peso da tragédia que se tornou universal, condensada em literatura e explosiva no palco. teatro... o teatro tinha obrigação de puxá-la toda!!!
colocado aqui por
Pedro Fiuza
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1 comentário:
Grande texto!
Só quer dizer que percebeste mesmo o fausto e que não andas por aí apenas a atirá-lo às pessoas, às três pancadas, por "mera" vaidade...
O verdadeiro artista nota-se neste tipo de interpretações!
Força, fazes falta! :)
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