sábado, 30 de agosto de 2008

texto de cariz poético dedicado ao Grande Programador

na nossa santa terrinha
trabalha um programador
tem uma vida tão santinha
que tudo faz com amor

é um programador tão bom
no mundo não há igual
usa sempre o mesmo tom
durante o ano, páscoa e natal

o seu grande objectivo
é construir uma cidade
isso parece-lhe atractivo
é por causa da idade

é um programador tão lindo
que tem a equipa que merece
juntam-se todos numa esplanada
e ficam a ver quem aparece

já se deviam ter ido embora
navegar para outro lado
da pausa é sempre hora
para comerem um gelado

todo o dia ali anda
sempre sem nada para fazer
mostra-se sempre atarefado
p'ra não o mandarem f'der

mas a verdade é que a culpa
é de quem o lá meteu
criou um problema do caneco
há muito tempo o digo eu

até acho que inda lá está
só para me provocar
porque já fez tanta cagada
não tem razão p'ra continuar

está na hora de escrever
o nome deste senhor
seu nome é miguel rainha
pensar nele é um pavor

ninguém sabe muito bem
qual é que é o seu papel
ele curte é festival
e lamber frascos de mel

a sua equipa manhosa
está lá toda com cunha
é uma equipa mui famosa
todo o dia rói a unha

que aquilo é o que é
já toda a gente reparou
era mandar-lhes um pontapé
que o vereador não acordou

para o ano há eleições
lá vai tudo a votar
prometo que corto os meus colhões
se este programador lá continuar

ó senhor paulo fernandes
veja lá isto por favor
não me cape meia pila
mande embora esse estupor

para o fundão já não serve
já não serve nem serviu
o fundão está moribundo
quem o vê e quem o viu

não estou aqui a dizer
que a culpa seja só vossa
estou é a mandar foder
esse programador que é um animal com bossa

no princípio só promessas
carregados de ilusões
agora só performances
e cortarmos os colhões

de certeza que o programador
tem os impostos em dia
quem lhos paga é o povinho
e não a virgem maria

houve um ano que banhada
foi o festival da cale
vieram uns fazer uma caldeirada
para o rainha nada mal

são asneiras atrás de asneiras
que burro que ele me saiu
tudo o que fez foram brincadeiras
vá para a coisa que o pariu

muito gosta das tasquinhas
põe toda a gente a beber
todos a mamar ginginhas
é só cirroses a nascer

mais parece que é
um programador de um bar
quer transformar o fundão
numa esplanada à beira mar

inda dizem que o fundão
é uma referência cultural
é por isso que toda a gente
só lá vai é no natal

há lá tanto para fazer
é uma terra tão animada
a equipa da cultura
devia ser toda capada

parece que andam a gozar
com as pessoas da terra
pisguem-se lá se fazem o favor
para se acabar com esta guerra

o vosso nome é bananas
conhecidos por faznenhum
seus grandes safardanas
cheirem aqui este pum

é só coisa experimental
programação nada variada
performance e coisa e tal
com tasquinhas para a ramboiada

faz com que as pessoas se enervem
porque não têm mais nada que fazer
meu caro miguel rainha
por favor vá-se a fernicare

olhe e vá-se mesmo a fernicare
que já não há quem o ature
que se eu fosse vereador
o seu olho estava escure

o seu olho estava escure
porque tinha levado um banano
porque diga lá a toda a gente
que faz o senhor durante o ano

um trabalho como o seu
qualquer um podia ter
todo o dia sentadinho
com o rabinho a crescer

vou acabar este poema
de uma maneira qualquer
este tem sido o meu lema
programador vai-te a fernicare

a tua linda boca
só pode cheirar a alho
não há quem te despeça
quem te mande para o trabalho

as pessoas do fundão
já nem te podem ver
tu é que pensas que não
porque andas aí a ler

o melhor é ires-te embora
acabar com a situação
um dia fazem-te uma espera
e lá se te vai um colhão

acabei já acabei
um poema elaborado
o marmanjo do rainha
é um marmanjo quadrado

5 comentários:

Rini Luyks disse...

Caro Pedro,

Depois de uma tirada tão visceral fiquei curioso para saber mais sobre este "Grande Programador" (em geral um título reservado para Deus himself).
Abrindo o Google com "Miguel Rainha" aparece em primeiro lugar este mesmo post teu (parabéns, fiuza-hahaha) e logo a seguir um texto do site "Terras da Beira" de Outubro 2000: "Os anjos que do alto falam". Trata-se dum "projecto ambicioso oferecido à cidade dos oitocentos anos", do qual o Sr. Miguel Rainha (Associação Oitavo Centenário) foi o coordenador.
Deixa-me sofrer um bocado, transcrevendo grande parte do texto, isto ajudará também para imaginar um pouco o que devem ter sofrido na altura os habitantes da Guarda:
"Pôr num acto oitocentos anos de memória através do som. É este o objectivo do concerto de sinos que se vai realizar no próximo dia 25 de Novembro e que envolve todas as freguesias do concelho da Guarda. A canção dos sinos, prece que se eleva em forma de música, traduzir-se-á em repetidas badaladas que ecoarão por toda a parte e que envolverão a população como músicos de uma mesma sinfonia (???- sic- R.L.). O concerto terá início às nove horas (num sábado de manhã, então, dia de descanso - R.L.) e desenvolver-se-á em sete etapas, começando nas freguesias mais distantes para terminar na Guarda com um apoteótico repicar de badalos. Valhelhas, Pega, Carvalhal Meão, Monte Margarida, Rochoso, Castanheira e Vale de Amoreira serão as primeiras freguesias onde se ouvirão os sinos tocar. Passados dez minutos ouvir-se-ão as badaladas dos sinos de Famalicão da Serra, Gonçalo, Marmeleiro, Gagos, Ribeiro dos Carinhos, Codeceiro e Avelãs da Ribeira. Pelas 9h20, iniciam as freguesias de Seixo Amarelo, Benespera, Adão, Albardo, Pousade, Jarmelo-S.Pedro, Jarmelo-S.Miguel, Vila Franca do Deão, Videmonte e Vela. Seguem-se, dez minutos depois, os Meios, Fernão Joanes, João Antão, Sant'Ana d'Azinha, Gonçalo Bocas, Pera do Moço, Avelã de Ambom, Rocamondo, Sobral da Serra e Vila Fernando. Dão continuidade ao concerto os sinos de Vila Soeiro, Trinta, Corujeira, Ramela, Vila Garcia, Porto da Carne, Aldeia Viçosa e Vila Cortês do Mondego. Antes da Guarda tocarão ainda os sinos de Vale de Estrela, Aldeia do Bispo, Panoias de Cima, Arrifana, Alvendre, Cavadoude, Pero Soares, Maçainhas de Baixo, Faia e Mizarela. O concerto termina na cidade da Guarda com os sons saídos dos campanários da Sé, Misericórdia e S.Vicente, que tocarão entre 50 e 60 minutos. É intenção ainda do coordenador do projecto, Miguel Rainha, da Associação Oitavo Centenário, integrar no concerto os sinos dos solares dos Póvoas, do Alarcão e da Torre dos Ferreiros.
Fazer soar os sinos de todas as igrejas do concelho é um projecto ambicioso que requer coordenação, destreza e conhecimento da causa. Para tal, a Associação Oitavo Centenário convidou o maestro espanhol Llorenç Barber, que já compôs concertos de sinos para mais de 90 cidades. O maestro esteve na Guarda no passado mês de Fevereiro para estudar as características dos instrumentos (......) descobriu ainda os nomes dos sinos e as suas inscrições, onde encontrou escrito "o anjo que do alto fala". Tudo indica que será esta a frase que dará título ao concerto de sinos que se realizará na Guarda.(.....)
Tal como Miguel Rainha defende, "esta obra específica, dedicada à Guarda, será oferecida aos seus representantes com a finalidade que possa ser repetida tantas vezes quanto o desejem, e, por outra parte, permanecerá no repertório do maestro como obra-encomenda da cidade da Guarda."


Pois Pedro, agora já tenho uma ideia sobre este Grande Programador (e isto foi há oito anos!), deve ser Grande e Eterno como um Deus. Da próxima vez que encontras o Diabo em Barcelona, manda-O para ele, se calhar Ele consegue fazer alguma coisa...

Pedro Fiuza disse...

mas isso era dantes... agora só se fosse para o diabo se rir... bem, ainda bem que ele nunca fez isto no Fundão na altura em que eu lá estava, olha eu a acordar sobressaltado com os sinos a tocar... ainda pensava que estivéssemos à beira de um cataclismo qualquer!!! mas uma coisa te digo, por incrível que pareça, e aqui ódios à parte, este tal de Miguel Rainha, já fez coisas giras!!! agora é o que é... é como o futebol nacional... arrasta-se pelos campos!!!

Anónimo disse...

Acho que o texto "Os anjos que do alto falam" não tinha ficado nada mal na "nossa" peça "Férias grandes com Salazar".
Se calhar também um bom exercício de ambientação para Diogo Morgado no seu futuro papel de Salazar!?
Por exemplo com uma voz tipo António Cartaxo na Antena 2, adoro esse homem!

Anónimo disse...

Mias uma da santa vidinha do camafeu miguel rainha

Para além da recuperação da tecelagem, orientada por Valeri Correia, este curso prevê abordagens diversas no campo da arte de tecer e bordar. Miguel Rainha, professor de design de moda, contribui para que o trabalho das mulheres possa ser mais criativo e ter diversos fins. Desde os desenhos às novas peças, com apliques de madeira tosca, até aos bordados. Sem desvirtuar e com uma nova visão da arte tradicional da tecelagem. O trabalho alarga-se também ao nível da matéria prima. Grande parte dos fios aplicados nos tecidos produzidos nos teares são tingidos ali mesmo através de um sistema completamente artesanal. As meadas de linho e algodão são embebidas em chá para ficarem com uma coloração amarelada.
Ao fim de quatro meses de trabalho, e de excelentes resultados, o objectivo é continuar a produzir sem preocupações de mercado. Miguel Rainha refere que o importante «é produzir bem». Depois logo se verá. Mas há um compromisso em agenda para Julho próximo, para além da participação na Feira da Primavera no próximo dia 29 no Casteleiro. Os trabalhos ali produzidos terão que integrar, a pedido do principal financiador do projecto - IEFP- uma exposição em Lisboa.
O curso de tecelagem, a funcionar nas instalações da antiga Escola Primária, tem uma duração prevista de um ano ao abrigo do financiamento do IEFP, que garante o salário mínimo às dez trabalhadoras. Mas pode alargar-se aos dois anos, caso o projecto assim o justifique e, melhor ainda, continuar pelos próprios meios, como um grupo autónomo. Dessa forma o projecto não morria, à semelhança de muitos outros, depois dos apoios financeiros estatais.
Seja como for, o Casteleiro, com pouco mais de 500 habitantes, já ganhou com esta iniciativa. Contribui para travar a desertificação e cria novas perspectivas de desenvolvimento rural.

VA

Pedro Fiuza disse...

boa, ele está lá é para isso... o problema será quando o Fundão começar a precisar de iniciativas assim para sobreviver...
e já agora, comentários a dizer bem anónimos pode ser, a dizer mal anónimos não. e já estou a abrir precedentes, que nada devia ser anónimo. mas enfim... os anónimos são uns chatos!!!