quarta-feira, 4 de novembro de 2009
era uma palavra que se proclamava a si mesma. um lugar depois do grito. o meu nome. como saído de uma boca com a inocência da primeira vez. acabado de nascer e já demasiado perto da morte. maldita infância. este terror insuportável das famílias como estilhaços. o pai morto. fantasmas de uma cólera inexplicável. descrição da infância: portas fechadas mas constantemente arrombadas, gritos, uma paisagem absurda de violência que se espalhou pelo tempo. ter a casa noutra terra. voltar sempre à cinza, casa queimada, corpos em fogo. daí vêm as palavras limitadas. falcatrua imensa na cabeça infantil. braços. pernas. corpo entalado entre a mesa e a máquina de lavar. sai daqui homem.
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Pedro Fiuza
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