quinta-feira, 18 de setembro de 2008

um homem feito de nada

não vou escrever palavrões, nem vou falar de mim, eu, mesmo insignificantes ou grandiosamente terríveis, sou feito de coisas, coisas que sou eu, aglomerados. há um homem feito de nada. um homem que perde os sonhos, ou que não vive, só pode ser feito de nada. é preciso nadar e sentir a espuma do mar junto da boca. cantar em voz alta e sentir vergonha. soltar o corpo quando nada diz para o fazer. contrariar os músculos. sonhar acordado no meio da rua. sentir amor. sentir desilusões. sentir coisas boas. coisas más. coisas que sejam coisas. é preciso comer bem e passar fome. escrever livros e rasgá-los. dizer palavras, riscar palavras, dizer palavras riscadas com um orgulho enorme por poder dizê-las livremente, comprometido com desgraças próprias, com sucessos brutais. com o mundo todo a dizer tem cuidado, não caias, tem cuidado, não te percas. é preciso perderes-te para encontrares caminhos. há quem os crie, há quem os procure, há quem se desenrole pela rua como se estivesse numa auto-encenação de si para o outro. há tudo. mas há um homem que é feito de nada. uma ilusão. uma viagem segura.

vêem??? eu já não sei escrever sem usar palavrões!!! assim estou um chato... já tenho saudades de escrever as minhas porcarias!!! mas este mês é de purificação!!! preparem-se para uma mudança radical no rumo deste blog!!! daqui a menos de um mês num computador perto de si!!! (vêem, eu nunca escreveria isto se me sentisse solto deste espartilho, desta punição anti-asneirenta, qual malagueta na boca das criancinhas). não me sai nada divertido para me rir. quero os palavrões de volta!!!

1 comentário:

Rini Luyks disse...

Muito bom, Pedro, este texto!
Pelos vistos vale a pena, este período de purificação.