havia um lugar secreto no meio da imaginação louca da idade
as crianças corriam e riam e sonhavam da mãos dadas
quase que voavam pelo ar envolvente
sem tocar no chão
eram crianças
tudo era como queriam que fosse
se de repente passavas e elas viam uma porta
tu eras uma porta
e elas abriam-te e fechavam-te
e passavam através de ti
sempre sem tocar no chão
era aí que morava o início da vida
tudo era branco
ou transparente
tudo era um brilho que durava para sempre
e elas lá te atravessavam
tu eras a porta
batiam-te para entrar
tocavam-te à campainha
de repente tinhas uma casa à tua volta
mas continuavas a ser uma porta
eras uma porta até que elas te vissem outra utilidade qualquer
porque poderias ser uma árvore
um avião
uma mesa
outra pessoa sempre chamada pelo trabalho que tivesse
agora és bombeiro
agora és polícia
agora és pintor
e tudo lá ficava guardado no olhar
no olhar que se recusava a cair na terra
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1 comentário:
Hoje sou areia...!
E aseguir um Pastel de Fão...
Patas
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