terça-feira, 21 de abril de 2009

para não estar sempre a cair nos exercícios irreflectidos do estilo, hoje poderia tentar escrever algum texto que se parecesse mais com um texto, olha, começo mal, já a falar do que vai ser... cala-te boca. bem, quero aqui escrever meia dúzia de patacoadas que sejam como uma espécie de dardos destranquilizantes que me atinjam directamente as veias do braço esquerdo e do braço direito, já que escrevo com os dois no teclado do computador e os sacanas nem sempre me acompanham o fio do raciocínio dito literário, espero que tenham gostado desta frase pindérica. vou tentar escrever alguma coisa que nem seja triste nem seja excessivamente alegre nem seja insuportavelmente neutra, uma vez que não há no mundo nada pior do que coisas excessivamente neutras, o ph das coisas saudáveis que me desculpe mas tenho o problema da boca solta. a boca solta bastantes problemas me trouxe mas é descontrolada e eu não a posso arrancar desta cara laroca que tenho porque iria ficar com um buraco que teria de ser preenchido com alguma coisa. e no lugar da boca que coisa mais colocar do que uma boca? e boca por boca... mais vale ficar a original, pronto, tem os seus defeitos verborreicos mas é a que melhor conheço, é ursa mas é minha, hum... que treta de assunto. não quero cair no rame rame dos dias da cinza. ando com sonhos incendiados, tirem as conotações sexuais desta expressão pouco conseguida e nada original, incendiados no sentido de eléctricos, posso chamar a isto ânsias criativas ou o raio que me parta. importante, hoje falei de teatro. o teatro... esse pulha mal-cheiroso. preciso de uma secretária. não se podem escrever coisas sérias nestas posições e as costas já me detestam. também eu já me detesto. cala-te boca solta. um dia arranco-te. uma secretária e música intensa. música, meus caros, música, música que me cale.

5 comentários:

Gata à espreita disse...

E viva o mal-cheiroso Teatro.
E a dança que se dança.
E a música intensa que cala palavras despropositadas em areias movediças da divagação por aí.

(a palavra de verificação deste comentário é "cocar". Creio que se aplica.)

Pedro Fiuza disse...

cocar?

Gata das Botas disse...

cocar1 [ó]
verbo transitivo
observar sem ser visto; espreitar; espiar
(Do al. ant. guckan, «ver; espreitar; observar»)

http://www.infopedia.pt/pesquisa?qsFiltro=14

Sim, cocar.

Pedro Fiuza disse...

e eu a pensar que vinha de cocaína...

Gata das Botas disse...

já nao há poesia nas palavras.
o vício, meu caro, o vício vicia as palavras e os seus conteúdos....

Simplifiquemos: entrei, vim ler e saber.- Por isso coquei. nao snifei.