quinta-feira, 12 de março de 2009

é um obrigar o corpo ao esquecimento
na minha cidade há uma rua
nessa rua tu dormes
entregam a loucura em bandejas
o fumo no descalabro da cabeça
o caminhar silencioso e sem brilho
caminhar
seguir em frente em busca do branco
a tua pele
já não há enigmas
já não há regresso
a música ouve-se suave na cabeça estremecida
coração desfeito
voz ininterrupta
carne rasgada
sei lá eu o que digo
embebedado por questões ultrapassadas
sempre silencioso
silencioso
silencioso
é um nó
na garganta
que não deixa entrar nada necessário
uma cidade há-de vir
uma cidade e uma casa
estremeço
a memória prega as suas partidas
não tenho mais enigmas
não quero enigmas
é uma sonolência
lágrimas que colam os olhos até à cegueira
só depois do limite é que tudo seria perfeito
nada para agarrar
nada para perder
que a cidade venha com a sua rua
já pouco me toca
posso esquecer-me facilmente que estou vivo
é demasiado fácil
já é demasiado fácil

3 comentários:

josé marrucho disse...

Anda ao Porto catano! Vamos ver uma peça e comer um peixe grelhado a Matosinhos, :-)

Pedro Fiuza disse...

um peixe grelhado em Matosinhos é sempre uma boa proposta... ainda que haja lá umas marisqueiras que já foram demasiado viciantes... pois pá, tenho de começar a pensar nisso... mas só se isso incluir noite dançável!!! hahaha

Pedro Fiuza disse...

e só se for uma peça boa!!!