segunda-feira, 5 de maio de 2008

Fiuza, o pessimista

talvez sim, talvez não... o que é verdade é que há pessoas que têm muito menos trabalho para atingirem as coisas. eu até me assumo como burro, como cobarde, como choninhas, como ciclista e essas coisas todas... mas um gajo tem alturas (poucas) em que pensa!!! e um gajo pensa: porra, tenho quase trinta anos e não tenho nada, tenho este peso, esta incerteza, esta deriva, este andar a ver as coisas... porra, vim-me embora, já sei que me vim embora, que é tramado vir embora, que é tramado estar longe, do amor, da família, dos amigos, da terra, das coisas... e sentir as fragilidades e a revolta não é ser pessimista, é andar atento, é sentir a vida a passar, é sentir o tempo ir, tempo que não volta. eu quero ter filhos. quero ter filhos. quem me conhece sabe que eu quero ter filhos. mas neste momento como? parecem tão longe, tão impossíveis, tão distantes. é pessimismo??? não, é consciência. se as coisas tivessem sido diferentes nunca me teria vindo embora, mas não foram, lá vim eu... por aí fora... com uma mala de viagem e uma mochila, lá me enfiei no avião e zumbas para Barcelona!!! o que deixei para trás? eu sei o que deixei para trás. muita coisa me ficou do outro lado. mas sentir a falta não é ser pessimista. é estar frágil. porra, às vezes espero bem que isto não se pareça com uma ficção da minha vidinha. estou aqui. disponível para tudo. sou burro, é verdade. sou burro, é assim. há quem não seja mas eu estou a falar de mim, sou burro, tenho umas coisas ao lado dos olhos para olhar só numa direcção. nem sei o que diga. ESTRELLA DAMM. não há Sagres. é mesmo duro. é quase uma espécie de exílio. demasiadas portas que se fecharam. bem fechadas, diga-se de passagem. mas fechadas. um gajo não se arrepende nunca do que fez, fez e pronto, está feito, muitas coisas poderiam ter sido diferentes, é por isso que surgem os fantasmas, os fantasmas não são mais do que coisas por resolver na cabeça, depois de umas quantas voltas esses fantasmas lá deixam de nos azucrinar mas eles lá continuam, à espera da melhor altura. esta é dessas. as ânsias do trabalho, o vazio, a impossibilidade, etc... etc... lá vem o fantasma a deitar a cabeça ao ar!!! o que é preciso é não ter medo do trabalho, caneco!!! para uns é batatas para outros é a casca, mas que se foda, estamos aqui para inventar receitas, para andar para a frente. antes nisto do que no Fundanus feito papalvo. ou na teatra feito puta. actores??? em lado nenhum os vejo... teatro??? é um belo edifício aqui perto da Calle Casp!!! não estou deprimido, estou sensível, é bem diferente. beijos aos que contam e que contam mesmo, vocês sabem quem são, abraços seus ciclistas!!! tenho saudades vossas. qualquer dia já nos voltamos a ver...

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