terça-feira, 6 de maio de 2008

embora o Debord não seja um escritor ou um teórico do mundo que proponha alternativas, fez uma análise dramaturgica do mundo com uma perspectiva de crise, que em muitos casos está completamente estampada com uma antecipação horrível na Sociedade do Espectáculo. é uma análise das relações e das imagens e do poder já não tão invisível, da forma como se (des)integraram as massas nas estruturas de produção, uma análise brutal do TRABALHO como forma de controlo, da formação emergente da classe média e do fraco poder que tem no mercado, do trabalhar para viver, da ilusão de poder do salário miserável que possui em relação ao que na verdade produz, salvo a emergência vulcânica do funcionalismo público, que só funciona mesmo para a manutenção da máquina e não para a produção real. isto desta imagem tem uma explicação, ultimamente, sempre houve, mas ultimamente isto tem-se manifestado mais e até por razões que nada têm a ver com ideologias do mundo... mas enfim... estava a falar do porquê desta imagem, esta imagem diz o seguinte, caros amigos, não sou o único a levar as coisas numa determinada linha ideológica e estética, não há estética sem ideologia. teoria chata: a ideologia e a estética na verdade confundem-se, teatralmente falando, um espectáculo de teatro constrói-se a partir de uma perspectiva do mundo, uma estética é uma proposta. mas gostei desta do mundo arde, gostei não, que não há nada para gostar nisto, até é bastante triste, mas é a mais pura das verdades. o mundo arde. e não é só o Debord que vive, são mais como ele, são mais todos os que andam com o olhar no céu e os pés na terra, sonhadores, poetas, filósofos radicais, criadores de absolutos, vanguardistas dos sentidos, ideólogos da desgraça, capazes de corromperem tudo, subversivos da vida. hoje é dia de pedir desculpas ao mundo. e oferecer-lhe flores. mesmo que isso não sirva para nada. e sejam flores para a sepultura.

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